Assim como os nacionais, os jornais, sites e canais de televisão estrangeiros estão, na manhã desta quinta-feira (15), repercutindo o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), que foi morta a tiros na noite desta quarta-feira (14), no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro.
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Destacada como uma representante do movimento negro e feminista, Marielle Franco é citada pela imprensa internacional como uma defensora dos direitos humanos, pautada por sua proximidade, carinho e atenção pela favela do Rio.
O caso, mais um registrado na onda de violência no Rio, foi divulgado nas principais publicações norte-americanas como o The New York Times
, The Washington Post
e a rede de televisão ABC News
. Além disso, a televisão estatal com sede na Venezuela, Televisión del Sur
, e o jornal britânico The Guardian
noticiaram a morte da vereadora.
A agência de notícias Associated Press ressaltou a intervenção federal no Rio de Janeiro. "Um membro do conselho da cidade e seu motorista foram mortos a tiros por dois assaltantes não identificados em uma rua no centro, no Rio de Janeiro, a segunda maior cidade do Brasil, onde militares foram convocados há um mês após uma onda de violência", diz o texto.
Por sua vez, a TV venezuelana noticiou que "a proeminente ativista brasileira de direitos humanos e a vereadora de esquerda Marielle Franco foi assassinada no Rio de Janeiro".
Segundo a reportagem, ela "faz parte de uma geração de jovens brasileiros negros que estão se tornando cada vez mais vocais dentro e fora de casas de estado". Eles citam ainda que Marielle foi eleita para a Câmara em 2016.
O The Guardian ressaltou o fato de que Marielle era ativista e especialista na análise de violência da Polícia Militar do Rio. A sua dissertação de mestrado era justamente sobre as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), nas favelas fluminenses.
Além disso, o jornal reforçou que a vereadora chegou a acusar os policiais de serem agressivos ao abordar os moradores das favelas do Rio. "Marielle Franco, vereadora e crítica da polícia, é executada a tiros no Rio", diz o título da matéria.
O News Deeply , de Nova York, também destacou o assassinato de Marielle com o título: "Das favelas a vereadora, lutando pelos direitos das mulheres no Rio". Enquanto isso, o peruano El Comercio relatou o crime, ressaltando que a vereadora era crítica da intervenção federal na Segurança Pública do estado.
A revista francesa Paris Match frisou em sua publicação que o crime contra a vereadora gerou grande comoção no Brasil e citou que várias manifestações foram marcadas para esta quinta-feira, em repúdio ao ato de violência.
Morte da vereadora
Marielle deixava um evento na Lapa, quando dois homens em um carro emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam. O crime aconteceu na Rua Joaquim Palhares, próximo ao metrô, no bairro do Estácio.
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A polícia entende que não se trata de um assalto, pois os criminosos fugiram sem roubar nada. A perícia encontrou nove capsulas de tiros no local e, pelo menos cinco deles, atingiram a cabeça da vereadora.
No momento do crime, a vereadora estava no banco de trás do carro, no lado do carona. Como o veículo tem filme escuro nos vidros, a polícia trabalha com a hipótese de os criminosos terem acompanhado o grupo por algum tempo, tendo conhecimento da posição exata das pessoas.
O motorista de Marielle foi atingido por pelo menos 3 tiros na lateral das costas.
Marielle Franco fazia parte da Comissão da Câmara que fiscalizava a intervenção federal no Rio de Janeiro. Referência para o movimento negro e feminista, ela deixou uma filha de 19 anos. O corpo da vereadora será velado na Câmara dos Vereadores a partir das 11h desta quinta-feira (15) .