Mikael Tavares Medeiros trabalhava como gestor financeiro de Recursos Logísticos no Ministério do Trabalho
Divulgação/Ministério do Trabalho
Mikael Tavares Medeiros trabalhava como gestor financeiro de Recursos Logísticos no Ministério do Trabalho

Suas grandes responsabilidades no Ministério do Trabalho atreladas à sua idade e à falta de experîência profissional e acadêmica para lidar com tais atribuições na pasta, chocaram os brasileiros nos últimos dias da semana passada . Como consequência, o jovem Mikael Tavares Medeiros, de 19 anos, foi exonerado nesta segunda-feira (12).

A decisão foi tomada pelo ministro interino do Trabalho, Helton Yomura, que assinou a exoneração do jovem na própria sexta-feira (9). A resolução foi publicada hoje no Diário Oficial da União (DOU). Com isso, Mikael deixa de ser funcionário do Ministério do Trabalho e de receber o salário que levava para casa todo o mês: no valor de R$ 5,4 mil. 

Ainda na sexta foi noticiado que Mikael, que assumiu em dezembro a função de autorizar pagamentos na ordem de R$ 473 milhões, apadrinhado pelo PTB, seria afastado do cargo . Seu vínculo com o ministério, porém, deveria continuar. Por esse motivo, a publicação no DOU desta segunda-feira surpreendeu ao desvinculá-lo da pasta.

Sem experiência na área, nem graduação completa, a responsabilidade do jovem de trabalhar com a liberação de dinheiro público para os contratos assinados pela pasta foi revelada na última quinta-feira (8) pelo jornal  O Globo .

Mikael é filho do delegado da Polícia Civil de Goiás Cristiomario de Souza Medeiros, que preside o PTB em uma cidade próxima a Brasília. O Delegado Cristiomario, como se apresenta aos eleitores de Planaltina de Goiás e região, é aliado do deputado Jovair Arantes (GO), líder do partido na Câmara.

Histórico no ministério

A trajetória do estudante – que entrou na faculdade recentemente – na pasta começou em outubro do ano passado, quando foi nomeado coordenador de documentação e informação pelo então ministro Ronaldo Nogueira, do PTB.

A nomeação dele para o cargo de gestor financeiro do ministério foi assinada dois meses depois, em dezembro, pelo então secretário-executivo da pasta, Helton Yomura – hoje, ministro interino do Trabalho, que o exonerou.

De acordo com a reportagem, o jovem tornou-se apadrinhado do presidente nacional do PTB, o ex-deputado federal e condenado no Mensalão Roberto Jefferson, desde que a nomeação da deputada federal carioca Cristiane Brasil, filha de Jefferson, foi interrompida.  No Twitter, porém, Roberto Jefferson afirmou que desconhece o adolescente.

Bolsa-Família suspenso

Ainda de acordo com O Globo , a mãe do rapaz não vive com o pai dele, é diarista, beneficiária do Bolsa Família e tem outros três filhos. Segundo ela, o adolescente não mora com a família há meses e nem ajuda nas despesas da casa. 

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Porém, mesmo depois de passar a receber o salário de mais de R$ 5 mil, o nome de Mikael continua entre os dos moradores da casa e, por isso, a família deixará de receber o benefício. O Ministério do Desenvolvimento Social suspendeu os pagamentos para averiguar por que ele não havia sido excluído do cadastro do programa.

Nos últimos meses, segundo a reportagem, a vida do jovem passou por mudanças rápidas. Afinal, em abril de 2017, foi levado à Justiça por policiais militares por porte de 13,6 gramas de maconha. No episódio, ele tinha 18 anos de idade e informou estar desempregado.

O emprego como vendedor de óculo foi o único de Mikael antes do Ministério do Trabalho. Hoje, o filho do Delegado Cristiomario voltou ao desemprego.

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