O presidente Michel Temer fez participação rápida no evento pelo Dia Internacional da Mulhe r nesta quinta-feira (8) no Palácio do Planalto. Ao lado da esposa, Marcela Temer, e da secretária nacional de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes, Temer fez um discurso de menos de dois minutos, em que disse "favorável à equidade salarial" entre homens e mulheres conforme aponta a Constituição.
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"Eu vejo hoje que a mulher ganha menos que o homem em todos os setores. E é interessante, eu estava vendo... Eu tenho um vício profissional que é de examinar sempre a Constituição Federal, que diz que homens e mulheres são iguais em direitos e deveres, aliás, nos textos anteriores simplesmente diziam 'todos são iguais em direitos e deveres'. Hoje a regra é: homens e mulheres são iguais", disse Temer
, se dirigindo às servidoras do Planalto.
Ainda no discurso, o presidente diz que irá "colaborar para isso", mas pontua que, "evidentemente, dependerá de uma legislação". Neste momento, defendeu que Fátima Pelaes empunhe uma “bandeira” em favor da mobilização pelo “cumprimento” da Constituição.
Para ele, o movimento pela equidade salarial seria uma "mobilização muito boa". "Invoca o texto constitucional e diz: olha, tem o apoio do presidente da República, e nós queremos o cumprimento do texto", finalizou.
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O evento ocorreu no auditório de um dos prédios anexos do Palácio do Planalto
. Além do discurso do presidente, falaram a advogada-geral da União, ministra Grace Mendonça, e a professora Kátia Moraes, que desenvolve projeto de balé no Distrito Federal.
Gafe em 2017
O discurso rápido do medebista acontece um ano depois da gafe cometida no Dia Internacional das Mulheres do ano passado. Isso porque o presidente reduziu o papel da mulher aos assuntos domésticos, se referindo "à dedicação pelo lar e pelos filhos" tão "importantes para a formação da sociedade".
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“Tenho absoluta convicção, até por formação familiar e por estar ao lado da Marcela, do quanto a mulher faz pela casa, pelo lar. Do que faz pelos filhos. E, se a sociedade de alguma maneira vai bem e os filhos crescem, é porque tiveram uma adequada formação em suas casas e, seguramente, isso quem faz não é o homem, é a mulher […] ela é capaz de indicar os desajustes de preços em supermercados e identificar flutuações econômicas no orçamento doméstico”, disse.
Na época, Temer foi duramente criticado nas redes sociais, por veículos nacionais e até mesmo pela imprensa internacional, como o The New York Times, que escreveu: “O presidente do Brasil reduz o papel da mulher à casa e ao supermercado“.