O presidente do Senado, Eunício Oliveira, descartou que o Ceará – estado que o elegeu – possa sofrer uma intervenção federal como ocorreu no Rio de Janeiro. O estado nordestino hoje enfrenta uma crise na segurança pública, assim como o fluminense, mas o caminho escolhido pelo governo federal para controlar a situação por lá foi outro.
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“Intervenção é caso extremo com anuência do governador. O Ceará
não está em descontrole. Nós conseguimos encaminhar uma força-tarefa de inteligência para fazer as investigações necessárias para que a gente tenha a solução do problema. Intervenção por intervenção eu jamais defenderei”, disse Eunício.
No estado que o senador representa, uma força-tarefa enviada pelo Ministério da Justiça chegou, nesta segunda-feira (19), para se unir às forças de segurança locais.
O grupo é comandado pelo almirante Alexandre Mota, secretário-adjunto da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp/MJ). São 10 policiais da Força de Nacional de Segurança Pública e 26 policiais federais.
Morte de traficante
O governo já planejava encaminhar a força-tarefa ao estado desde o início do mês de fevereiro, quando a pasta da Justiça se comprometeu a apoiar ações de combate ao crime organizado.
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Isso porque Fortaleza foi palco, no fim do mês de janeiro, da maior chacina da história cearense – com a morte de 14 pessoas (algumas delas ligadas a facções criminosas) que estavam em um bar no bairro de Cajazeiras. Também ocorreu recentemente, no interior do estado, o assassinato de 10 presidiários em uma cadeia pública. De acordo com as autoridades, todos ss crimes teriam sido motivados por conflitos entre os grupos criminosos.
Porém, o envio aconteceu logo após o assassinato de um dos chefes da facção criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC), ocorrido no fim de semana. O corpo de Rogério Jeremias de Simone, mais conhecido como Gegê do Mangue, estava junto com o de outro procurado da Justiça de São Paulo, Fabiano Alvez de Souza, líder da facção conhecido como Paca.
Intervenção no Rio
Eunício Oliveira aproveitou essa terça para confirmar a votação do decreto de intervenção no sistema de segurança do Rio de Janeiro para hoje às 18h. Porém, o presidente do Senado fez mistério sobre quem vai relatar o caso.
“Não sou a favor de intervenções, mas nesse caso especifico houve a anuência do governador do estado [do Rio de Janeiro]. Na hora em que o governador anuiu e pediu a intervenção na minha frente, eu tenho obrigação de falar com o relator para ele faça um relatório de acordo com o compromisso que assumi como presidente da Casa", afirmou.
"Tem dois ou três candidatos a relatar e vou escolher um independentemente de partido. Já mandei fazer o relatório e, se ele concordar, será o relator”, disse, acrescentando que a decisão pode ser tomada na hora da sessão.
Sobre o assassinato ocorrido nesse fim de semana no Ceará, Eunício não se pronunciou. Apenas ressaltou que o estado está sob controle e que a força-tarefa enviada pelo governo será o bastante para garantir a segurança do estado.
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* Com informações da Agência Brasil.