O empresário Frederico Pacheco de Medeiros, conhecido pela mídia por ser primo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), recebeu duas advertências da Secretaria de Administração Penitenciária de Minas Gerais – órgão responsável por monitorar o uso das tornozeleiras eletrônicas – durante o período em que usou o equipamento, no ano passado.
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Isso porque o primo de Aécio Neves violou por duas vezes a área de circulação permitida pela tornozeleira. O registro da primeira violação chegou ao gabinete do ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, em 6 de novembro. O segundo, em 14 de dezembro. No mesmo mês, Marco Aurélio decidiu liberá-lo do uso do equipamento. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo .
O empresário foi preso em maio do ano passado, durante a Operação Patmos, por suspeita de envolvimento no pagamento de suposta propina de R$ 2 milhões do grupo J&F ao senador tucano. Na época, veio à tona um vídeo em que Frederico aparece recebendo R$ 500 mil na sede da J&F em São Paulo.
O primo de Aécio teve sua pena convertida para domiciliar com medidas cautelares em junho, pela Primeira Turma do Supremo. Entre as proibições estavam a de se comunicar com os demais investigados e a de se ausentar sem autorização judicial, além da entrega dos passaportes e a utilização da tornozeleira.
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Infrações
De acordo com os registros da Secretaria, em 18 de outubro, às 12h49, Frederico esteve no bairro da Serra, em Belo Horizonte. O local fica a cerca de 29 quilômetros da residência dele. Na segunda infração, a Secretaria verificou que Frederico estava, às 19h27, no bairro Jardim Canada, em Nova Lima. As coordenadas de latitude e longitude apontam para um supermercado, a dez quilômetros da casa do primo do tucano.
“Eu, Frederico Pacheco de Medeiros, declaro que compareci na Unidade Gestora de Monitoração Eletrônica e estou sendo advertido (a) por violar área de inclusão no dia 18 de outubro de 2017, configurando descumprimento da decisão que concedeu a monitoração eletrônica”, indicou um dos documentos obtidos pelo jornal.
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“Declaro estar ciente do descumprimento e me comprometo a cumprir todas as condições da determinação judicial”, diz o documento assinado pelo primo de Aécio Neves.