O irmão do ex-ministro José Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, foi preso na manhã desta sexta-feira (9), em Ribeirão Preto, no interior paulista. Ele foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato .
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Luiz Eduardo foi condenado a oito anos e nove meses de prisão, em regime fechado, em maio de 2016. Em setembro do ano passado, porém, o irmão de José Dirceu foi julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que aumentou a sua pena para 10 anos, seis meses e 23 dias.
O condenado é apontado pela Polícia Federal como auxiliar do irmão no esquema de propinas em contratos terceirizados na Petrobras, que vigorou durante o governo do ex-presidente Lula.
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A defesa de Luiz Eduardo disse que, apesar da condenação confirmada em segunda instância pelo TRF-4, pedirá à Justiça que o cliente não seja transferido para a cidade de Curitiba, no Paraná, para onde muitos condenados na Lava Jato estão sendo direcionados. A intenção dos advogados é que ele permaneça preso em Ribeirão, onde a sua família mora.
Ele foi preso perto das 6h desta sexta e foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito. Em seguida, Luiz será transferido ao Centro de Detenção Provisória de Ribeirão e deve permanecer lá por enquanto.
Situação do irmão na Justiça
Agraciado por um habeas corpus concedido após votação por 3 a 2 na Segunda Turma do STF, Dirceu já têm duas condenações na Lava Jato, que somam 42 anos de prisão. Em um desses processos, o ex-ministro foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
por esquema que envolvia recebimento de propina da empreiteira Engevix. O juiz Sérgio Moro impôs pena de 20 anos e 10 meses ao petista nessa ação penal, mas a sentença foi reformada na segunda instância da Justiça Federal e chegou a 30 anos e 9 meses.
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A outra condenação de Dirceu foi de 11 anos e 3 meses de prisão, também pelos crimes de corrupção e lavagem. Nessa ação penal, o ex-ministro era investigado por participar da divisão de propina de R$ 7,1 milhões pagos pela Apolo Tubulars, fornecedora de tubos da Petrobras.
José Dirceu ainda responde a uma terceira ação penal da Lava Jato na Justiça Federal em Curitiba. O ex-ministro foi denunciado nesse processo por receber mais de R$ 2,4 milhões em esquema com as empreiteiras Engevix e UTC Engenharia.