O presidente nega ter recebido doações eleitorais não declaradas
Lula Marques/Agência PT - 22.9.16
O presidente nega ter recebido doações eleitorais não declaradas

Semanas antes das primeiras ações públicas da operação Patmos, o presidente Michel Temer (MDB) e o coronel João Baptista Lima, ambos implicados nas investigações, se falaram ao telefone em ao menos 12 oportunidades. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo .

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Desdobramento da Lava Jato, a operação foi deflagrada em maio de 2017 e buscou investigar as relações espúrias dos irmãos Wesley e Joesley Batista com altos membros do poder público – entre eles o senador Aécio Neves (PSDB) e Michel Temer (MDB).

Baptista Lima, amigo e ex-assessor do presidente, é apontado em delações premiadas de executivos da JBS como intermediário de Temer. Ele teria recebido, em nome do mandatário emedebista, R$ 1 milhão destinados à campanha presidencial de 2014.

As ligações telefônicas aconteceram entre abril de 2016 e maio de 2017 – a última chamada se deu seis dias antes das ações da Patmos. Na agenda do celular do coronel, também constam os números de Joesley Batista, do ministro da Secretaria-Geral da Presidência Moreira Franco e de Jose Yunes, ex-assessor do presidente e também apontado como seu intermediário em outras delações.

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“Os dados analisados demonstram João Batista Lima Filho como sendo um homem com acesso direto ao presidente Temer, a pessoas importantes ligadas ao Governo, bem como a investigados pela Operação Lava Jato”, diz a PF em relatório remetido ao Supremo Tribunal Federal.

Intimações

Intimado diversas vezes para depor sobre suas relações com o presidente, Baptista Lima alegou motivos de saúde para não comparecer aos interrogatórios. Ao contrário de outros investigados, um pedido de condução coercitiva não foi requerido ao Judiciário pela PF.

O coronel é investigado também no âmbito das operações que tratam de crimes e favorecimentos a empresas privadas no porto de Santos. Uma nova intimação para depoimento foi expedida contra o coronel no dia 30 de janeiro.

A investigação também tangencia o presidente Michel Temer, que em 2017 baixou um decreto que teria favorecido empresas que pagaram propinas a políticos do MDB . O presidente nega ter recebido doações eleitorais não declaradas.

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