A Câmara dos Deputados volta do recesso nesta segunda-feira (5) ainda com incertezas em relação à reforma da Previdência . De acordo com o jornal Folha de S.Paulo , o governo avalia não ter os votos necessários para aprovar o projeto. Com uma vitória ainda distante, Planalto e Congresso estariam se preparando para minizar o desgaste em uma eventual derrota.
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Ainda de acordo com a Folha , as contagens mais otimistas apontam que, atualmente, o governo conta com 270 votos. Para aprovar a reforma de Previdência, são necessários 308 votos em dois turnos. Para mobilizar a base aliada, líderes deverão se reunir em suas bancadas na terça-feira (6), antes de se reunirem com o presidente da Câmara , Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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O governo trabalha com duas possibilidades: votar a proposta sem previsão de vitória ou adiá-la para novembro. Na sexta-feira (2), o presidente Michel Temer disse que seu governo resistirá caso a reforma previdênciária não seja aprovada , mas os seguintes, não. Para o emedebista, o crescente rombo do sistema trará maiores problemas para o País nos próximos anos.
"Tenho mais 11 meses de governo. Eu aguento a Previdência. Houve um deficit de R$ 268 bilhões nesse ano que se passou. A tendência é aumentar essa dívida previdenciária esse ano, mas o meu governo aguente. O que não vai aguentar são os próximos anos", disse Temer durante entrevista à Radio Jornal , de Pernambuco.
Neste domingo, véspera do retorno aos trabalhos do Congresso Nacional, Temer se reuniu com o relator da proposta, o deputado Arthur Maia (PPS), e com os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), para tratar sobre o assunto.
'É preciso convencer o povo'
Ao jornal O Estado de S. Paulo , o presidente afirmou que "já fez a sua parte" pelo projeto e que agora é preciso convencer o povo". Marcada para 19 de fevereiro, a votação da reforma na Câmara ainda deverá ser discutida por Temer e Maia, que decidirão se vale ou não levar o projeto a plenário sem garantia de votos.
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"Vamos insistir muito na reforma da Previdência. Agora, de fato, é preciso ter votos. Nós temos duas, três semanas para fazer a avaliação se temos votos ou não e depois decidimos se vamos votar de qualquer maneira ou não", disse Temer sobre a conversa com o presidente da Câmara.