Temer indica que reforma da Previdência ainda pode sofrer alterações

Em entrevista, presidente diz que governo "não pretende abrir mão" de pontos do projeto, mas reconhece que texto pode ter "uma ou outra modificação"; governo calcula que já tem 275 votos para votação na Câmara

Presidente Michel Temer defendeu proposta de reforma da Previdência em entrevistas na TV
Foto: Marcos Corrêa/PR - 26.1.18
Presidente Michel Temer defendeu proposta de reforma da Previdência em entrevistas na TV

O presidente Michel Temer (MDB) retomou sua maratona de convencimento e defesa da proposta de reforma da Previdência . Em entrevista concedida nesta segunda-feira (29) à Rádio Bandeirantes, Temer reconheceu que o projeto elaborado pela equipe econômica do governo ainda poderá sofrer alterações antes de ir à votação no plenário da Câmara, o que está previsto para acontecer no dia 19 de fevereiro.

“Aconteça o que acontecer, sempre haverá uma economia muito significativa ao longo de 10 anos. O governo não pretende abrir mão daquilo que está na reforma da Previdência . Mas, evidentemente, o diálogo pode levar a uma ou outra modificação. Diante do projeto original, a economia de recursos seria de cerca de R$ 900 bilhões em 10 anos. Com este novo projeto amenizado, a economia seria de R$ 550 bilhões a R$ 600 bilhões, ou seja, vale a pena. Entre nada e R$ 550 bilhões, melhor esta economia, que garante os valores dos aposentados e servidores públicos”, defendeu o presidente.

Temer disse acreditar que é "muito provável" que a aprovação da reforma no Congresso seja capaz de fazer com que o Brasil recupere a nota de crédito e atraia investimentos. O País teve a nota rebaixada neste mês pela agência de classificação de risco Standard & Poor's , que ranqueou o Brasil três níveis abaixo do grau de investimento, perdido em 2015.

Assim como havia feito durante o fim de semana em entrevistas para os apresentadores Silvio Santos (SBT) e Amaury Jr. (Band), o presidente voltou a defender a ideia de que “quem não votar pela reforma estará fazendo um mal para o País” e a considerar que a população já está melhor informada sobre a alegada importância do projeto.

Governo conta votos para a reforma

No fim da semana passada, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), reafirmou a intenção de votar o pacote de mudanças nas regras para a aposentadoria em fevereiro, mas disse que o governo ainda não possui votos suficientes para a aprovação no plenário.

De acordo com o relator do texto que foi aprovado ainda em maio do ano passado na comissão especial, deputado Arhtur Maia (PPS-BA), o governo tem hoje 275 votos garantidos – são necessários ao menos 308 para aprovar a reforma. Maia disse ter sido informado pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que há ainda aproximadamente 55 parlamentares indecisos quanto à reforma da Previdência.

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*Com informações da Agência Brasil e Agência Câmara Notícias