O presidente Michel Temer (MDB) retomou sua maratona de convencimento e defesa da proposta de reforma da Previdência
. Em entrevista concedida nesta segunda-feira (29) à Rádio Bandeirantes, Temer reconheceu que o projeto elaborado pela equipe econômica do governo ainda poderá sofrer alterações antes de ir à votação no plenário da Câmara, o que está previsto para acontecer no dia 19 de fevereiro.
“Aconteça o que acontecer, sempre haverá uma economia muito significativa ao longo de 10 anos. O governo não pretende abrir mão daquilo que está na reforma da Previdência . Mas, evidentemente, o diálogo pode levar a uma ou outra modificação. Diante do projeto original, a economia de recursos seria de cerca de R$ 900 bilhões em 10 anos. Com este novo projeto amenizado, a economia seria de R$ 550 bilhões a R$ 600 bilhões, ou seja, vale a pena. Entre nada e R$ 550 bilhões, melhor esta economia, que garante os valores dos aposentados e servidores públicos”, defendeu o presidente.
Temer disse acreditar que é "muito provável" que a aprovação da reforma no Congresso seja capaz de fazer com que o Brasil recupere a nota de crédito e atraia investimentos. O País teve a nota rebaixada neste mês pela agência de classificação de risco Standard & Poor's , que ranqueou o Brasil três níveis abaixo do grau de investimento, perdido em 2015.
Assim como havia feito durante o fim de semana em entrevistas para os apresentadores Silvio Santos (SBT) e Amaury Jr. (Band), o presidente voltou a defender a ideia de que “quem não votar pela reforma estará fazendo um mal para o País” e a considerar que a população já está melhor informada sobre a alegada importância do projeto.
Governo conta votos para a reforma
No fim da semana passada, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), reafirmou a intenção de votar o pacote de mudanças nas regras para a aposentadoria em fevereiro, mas disse que o governo ainda não possui votos suficientes para a aprovação no plenário.
De acordo com o relator do texto que foi aprovado ainda em maio do ano passado na comissão especial, deputado Arhtur Maia (PPS-BA), o governo tem hoje 275 votos garantidos – são necessários ao menos 308 para aprovar a reforma. Maia disse ter sido informado pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que há ainda aproximadamente 55 parlamentares indecisos quanto à reforma da Previdência.
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*Com informações da Agência Brasil e Agência Câmara Notícias