As autoridades de Portugal decidiram autorizar a extradição do empresário Raul Schmidt
, lobista que foi alvo da primeira fase internacional da Operação Lava Jato, em março de 2016. A medida atende a pedidos da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU).
De acordo com a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, Raul Schmidt atuou no repasse de propinas aos ex-diretores da Petrobras Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada. O empresário é brasileiro nato, mas se naturalizou-se português em 2011.
Schmidt morava em Londres, onde mantinha uma galeria de arte, mas mudou-se para Portugal após as investigações no Brasil começarem a se aproximar de seu nome. Ele chegou a ser preso à época da deflagração da operação Polimento, 25ª fase da Lava Jato, mas atualmente respondia ao processo em liberdade.
Após a decisão da Justiça portuguesa em autorizar a extradição do empresário, o Ministério da Justiça do País mandou autoridades fazerem buscas pelo brasileiro. Caso ele não seja localizado, será emitido um mandado europeu de detenção.
A extradição do lobista foi autorizada sob a condição de que o julgamento no Brasil só ocorra por atos praticados antes da obtenção da nacionalidade portuguesa, formalizada em dezembro de 2011.
Leia também: Em barco, Cristiane Brasil questiona justiça trabalhista e defende posse
Empresário lutou para evitar extradição
Segundo informou o MPF, Raul Schmidt teve pedido para permanecer em Portugal negado pelo Tribunal da Relação de Lisboa. O empresário recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) do país, mas a Corte que confirmou integralmente, em setembro de 2017, a extradição.
O lobista teve mais dois recursos rejeitados até que, no dia 9 deste mês, o Tribunal Constitucional português indeferiu nova reclamação do brasileiro e confirmou o trânsito em julgado do processo de extradição ao Brasil. O caso então retornou ao Tribunal da Relação de Lisboa, que determinou a execução da medida.
Segundo as investigações da Lava Jato, Raul Schmidt repassou ao menos US$ 31 milhões somente para o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada em 2009. Além de atuar no pagamento de propina, o empresário também é acusado de fazer lobby para empresas internacionais obterem contratos de exploração de plataformas da Petrobras.
Leia também: “Seria melhor para o país” se Lula participasse de eleições, diz Temer