O presidente Michel Temer foi hostilizado por um homem enquanto caminhava ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Alexandre Baldy (Cidades) no início da noite do domingo (21). De tênis, bermuda e camiseta o grupo percorria o trajeto entre os palácios do Jaburu e Alvorada quando foi surpreendido pelo protesto.
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Um manifestante chamou Michel Temer de “golpista” e “ladrão”, “bandido”. “Fora, Temer”, emendou, aos gritos. O presidente e seu grupo sorriram e mantiveram o passo, ignorando o protesto.
Veja o vídeo:
A caminhada faz parte da estratégia da assessoria de Temer de melhorar a imagem do presidente, que ostenta índices recordes de rejeição popular, e descartar rumores sobre o estado de saúde do peemedebista.
Tentativa de desmoralizá-lo
No sábado (20), o presidente reclamou que há uma "tentativa brutal" de desmoralizá-lo e garantiu que não deixará o Planalto com a "pecha de um sujeito que incorreu em falcatruas". As declarações foram feitas em entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo .
Temer garantiu ao jornal que "jamais" pediu informações internas da Caixa Econômica Federal ao vice-presidente afastado do banco Roberto Derziê de Sant'Anna, conforme o próprio executivo relatou a uma auditoria independente contratada pela estatal.
"Se [Derziê] disse alguma coisa relativamente a eu pedir e exigir isso, claro que está mentindo. De repente, chego à Presidência e sou vítima de uma avalanche que me transforma como se fosse um sujeito corrupto. [...] Como se eu fosse um sujeito capaz das maiores barbaridades, ditas por um vice-presidente que tem relação formal comigo, cerimoniosa", defendeu-se o presidente. "Não vou sair da Presidência com essa pecha de um sujeito que incorreu em falcatruas. Não vou deixar isso", completou.
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O presidente também considerou que não houve demora para determinar o afastamento dos executivos da Caixa suspeitos de envolvimento em esquema de corrução, medida que foi efetivada nessa semana apesar de o Ministério Público Federal ter feito recomendação nesse sentido ainda em dezembro.
Segundo Michel Temer, ele só tomou conhecimento dos pedidos para determinar o afastamento dos vices da Caixa após recomendação do Banco Central, no início da semana. "Não conhecia os pormenores da investigação. Como confesso que não conheço até hoje. Na minha função, não consigo acompanhar caso por caso", justificou-se.