Todas as 50 perguntas que foram encaminhadas pela Polícia Federal ao presidente Michel Temer serão respondidas. Os questionamentos dizem respeito ao inquérito sobre um suposto esquema de corrupção no Porto de Santos. A investigação tem como ponto central um decreto que poderia ter favorecido uma empresa atuante no local.
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Mesmo optando pela resposta de todas as questões, a defesa de Temer classifica algumas das perguntas como "impertinentes". As resoluções estão sendo preparadas pelo presidente e seu advogado, Antônio Claudio Mariz de Oliveiro.
A postura de Temer se difere da que foi vista no ano passado. Em junho, o presidente ignorou os questionamentos da PF e não respondeu a nenhuma das 82 perguntas que haviam sido realizadas em outro inquérito. As indagações de 2017 eram relativas às investigações do caso J&F sobre corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa.
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"Da outra vez, também foi assim. O presidente não respondeu a nenhum questionamento porque avaliamos que tais perguntas não guardavam nenhuma relação com os fatos objeto daquele inquérito. Desta vez, consideramos que muitas indagações, de fato, não têm pertinência com este inquérito, mas vamos responder", disse o advogado.
Também de acordo com Mariz, parte dos questionamentos diz respeito a um período que antecede a ascensão de Temer à Presidência. "O presidente só está obrigado pela Constituição a responder em relação a fatos contemporâneos à Presidência, ocorridos durante o exercício da Presidência", afirmou. Por isso, segundo o advogado, ele está respondendo às questões, mas "com essas ressalvas". As respostas do presidente devem ser protocoladas no Supremo Tribunal Federal (STF) já na próxima semana.
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As perguntas feitas pela PF visam coletar informações para a investigação. "Vossa Excelência recebeu alguma oferta de valor, ainda que em forma de doação de campanha eleitoral, formal ou do tipo caixa 2, para inserir dispositivos no novo Decreto dos Portos, mais benéficos para empresas concessionárias do setor? Se sim, explicitar as circunstâncias e quais providências tomou", é um dos exemplos de questões direcionadas a Temer.