Bolsonaro disse que Walderice tem a função de reportar a seu chefe de seu gabinete “qualquer problema na região”.
Wilson Dias/Agência Brasil
Bolsonaro disse que Walderice tem a função de reportar a seu chefe de seu gabinete “qualquer problema na região”.

Uma reportagem publicada nesta quinta-feira (11) no jornal Folha de S.Paulo mostrou que o deputado federal e possível candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSC) usa verba da Câmara para pagar uma funcionária fantasma que vive em um distrito a 50km de Angra dos Reis (RJ).

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A servidora vive na mesma rua onde o deputado possui uma casa, na Vila Histórica de Mambucaba. Walderice Santos, a funcionária, além de prestar serviços diversos na casa do deputado, tem uma loja de açaí, sua principal atividade profissional.

Conforme a Folha , ela é uma das 14 funcionárias do gabinete parlamentar do deputado e recebe R$1.351 por mês. Moradores da região confirmaram ao jornal que o marido de Walderice também presta serviços na casa de verão do presidenciável, que vive na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Desde que passou a constar na folha salarial do gabinete do deputado, há 15 anos, Walderice ocupou uma série de cargos. Em 2012, aponta a Folha , atingiu o posto mais alto do gabinete – o salário para tal função pode chegar a R$14 mil.

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Questionado pelo jornal, Bolsonaro alegou que Walderice tem como função reportar a ele e ao chefe de seu gabinete “qualquer problema na região”. A Folha pediu ao deputado que desse exemplos de serviços do tipo prestados por ela, mas ele não soube informar nenhum.

Patrimônio

Na semana passada, a Folha publicou uma série de reportagens em que questiona a evolução patrimonial do deputado e seus filhos. A família possui 13 imóveis com preço de mercado de, pelo menos, R$ 15 milhões. Pelo levantamento realizado, a maioria dos imóveis está em pontos altamente valorizados do Rio de Janeiro , como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca.

Entre os imóveis adquiridos pela família nos últimos dez anos, os dois principais estão em um condomínio na Barra, à beira-mar, na Avenida Lúcio Costa – um dos locais mais valorizados do Rio. De acordo com o jornal, os documentos oficiais mostram que as casas foram adquiridas por R$ 400 mil, em 2009, e outra por R$ 500 mil, em 2012. Contudo, na época, a prefeitura avaliava o preço muito acima – algo em torno de R$ 1,06 milhão e R$ 2,2 milhões, respectivamente.

Como a família comprou os dois imóveis com uma diminuição injustificada no valor, segundo os critérios do Coaf (Ministério da Fazenda) e do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci), existem indícios de operação suspeita de lavagem de dinheiro.

Em resposta aos questionamentos sobre seu patrimônio, Jair Bolsonaro acusou de “canalha” a imprensa. Ele disse acreditar que está em curso uma tentativa de desestabilizar sua candidatura. “Eles preferem até um petista na Presidência do que eu", afirmou nas redes sociais.

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