O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, afirmou em reunião realizada nesta quarta-feira (10) com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, que a PF pretende concluir em até oito meses as investigações contra agentes políticos com prerrogativa de foro privilegiado – entre elas as que têm origem na Operação Lava Jato
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De acordo com Segóvia, a Polícia Federal
cuida atualmente de cerca de 200 inquéritos que se enquadram nesse perfil, sendo que a metade deles se refere a processos da Lava Jato. O diretor-geral da PF disse que a equipe de delegados que cuida desses trabalhos foi reforçada para agilizar a conclusão dos inquéritos em tramitação no STF.
O encontro entre Segóvia e Cármen Lúcia nesta manhã teve como objetivo a apresentação do relatório parcial das investigações da PF sobre o acidente aéreo que resultou na morte do ministro Teori Zavascki , em janeiro do ano passado.
O delegado responsável pelo caso, Rubens Maleiner, acompanhou o diretor-geral na reunião e disse a jornalistas que a principal linha de investigação leva a crer em falha humana nas manobras de aproximação da aeronave da pista de pouso em Paraty.
“A possibilidade de um ato intencional contra aquele voo foi bastante explorada, com diversos exames periciais e atos investigatórios diversos, e nenhum elemento nesse sentido foi encontrado, pelo contrário, os elementos que atingimos até agora, todos conduzem a um desfecho não intencional e trágico, infelizmente, naquele voo”, disse Maleiner, acrescentando que os trabalhos da PF sobre o caso estão em fase de conclusão.
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A morte de Teori
O avião bimotor que transportava Teori Zavascki
e mais quatro pessoas (conta que inclui o piloto), caiu no mar próximo a Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, em 19 de janeiro do ano passado. Todos os ocupantes morreram.
À época do acidente, Teori era o relator dos processos da Lava Jato no Supremo e está em vias de homologar os acordos de delação premiada de executivos da construtora Odebrecht – o que acabou sendo feito pela presidente Cármen Lúcia. O ministro Edson Fachin assumiu a relatoria do caso após a morte de Zavascki e o até então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, foi o indicado pelo presidente Michel Temer para assumir a cadeira vaga na Corte.
Foram abertas três investigações sobre morte do ministro: uma pela Força Aérea Brasileira (FAB), uma segunda pelo Ministério Público Federal (MPF) e a terceira pela Polícia Federal (PF). Nenhuma foi concluída até o momento.
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*Com informações da Agência Brasil