O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, fez nesta quarta-feira (3) um pedido de exoneração de seu cargo ao presidente Michel Temer. Em sua justificativa, Pereira afirmou que precisa deixar o cargo para poder se dedicar a “questões pessoais e partidárias”. O Palácio do Planalto não comentou o pedido de demissão.
Presidente licenciado do PRB, o ministro Marcos Pereira pode disputar cargo eletivo na próxima eleição. Essa é a segunda baixa no ministério do presidente Temer em menos de 10 dias. Na semana passada, Ronaldo Nogueira deixou o comando do Ministério do Trabalho também para se candidatar nas eleições. Nos últimos dias, o presidente Temer tem conversado com integrantes do PTB em busca de um nome para assumir o Ministério do Trabalho.
Marcos Pereira assumiu a pasta em maio de 2016. Em agosto do mesmo ano, ele ameaçou deixar o governo caso as reformas previstas pelo governo não fosse enviadas ao Congresso. Dentro da reforma trabalhista, por exemplo, Pereira defendeu a terceirização, o trabalho intermitente e que o acordado prevaleça sobre o legislado. Na época, ele também afirmou que era preciso rever a isenção de tributação sobre importações abaixo de US$ 50,00.
Envolvimento com a JBS
Em outubro do ano passado, um áudio de uma conversa entre o empresário Joesley Batista e Marcos Pereira gravou os dois trocando informações bancárias e sobre valores. Segundo a revista Veja, na gravação Joesley negocia um pagamento de R$ 6 milhões a Pereira.
Leia também: Marun diz que indulto é "ação humanitária" e volta a cobrar apoio à reforma
O áudio foi entregue pelo empresário ao Ministério Público Federal (MPF), como parte de sua delação premiada. Na época da divulgação do caso, Pereira informou que comentaria o assunto somente em juízo.
Segundo a reportagem, o áudio, que foi gravado por Joesley sem que Pereira soubesse, mostra os dois somando valores de repasses. À Procuradoria-Geral da República (PGR), o empresário disse que a quantia seria uma propina, em função da influência de Pereira, que é presidente licenciado do PRB, sobre negócios na Caixa Econômica Federal.
Na nota que divulgou em outubro, Marcos Pereira disse que “não comentará nenhum informe advindo da colaboração processual em referência, nem muito menos fará comentários sobre pretensas gravações ilícitas”.
Leia também: Por veto de Sarney, Temer volta atrás em indicação para o Ministério do Trabalho
“Os fatos que envolvem sua relação com Joesley Batista serão devidamente esclarecidos quando lhe for dada oportunidade de falar perante autoridade interessada na verdade, de maneira imparcial. Seus advogados já manifestaram ao STF sua intenção de aclarar os fatos e, portanto, aguarda momento formal para se defender e mostrar sua inocência”, conclui o texto do ministro.
* Com informações da Agência Brasil