A mesa diretora da Câmara, presidida pelo deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou nesta sexta-feira (22) a suspensão do pagamento dos salários e benefícios dos deputados Paulo Maluf (PP-SP)
e Celso Jacob (PMDB-RJ) – ambos presos após condenações no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a assessoria da Câmara, a medida ainda está sendo formalizada, e deverá ser publicada na próxima terça-feira (26).
O ato também determina o fechamento dos gabinetes dos parlamentares e a exoneração dos funcionários que assessoravam Paulo Maluf
e Celso Jacob na Câmara.
Maluf recebeu R$ 19.398 da Câmara no mês de novembro, já descontados o imposto de renda e a contribuição previdenciária (o valor bruto do salário é de R$ 33.763). Além dessa quantia, o deputado também foi ressarcido em mais R$ 18.156 de sua cota parlamentar, que é a reserva de recursos destinados ao pagamento de despesas com passagens aéreas, telefonia, alimentação, hospedagem, combustível, etc.
Celso Jacob, por seu turno, também recebia auxílio-moradia da Câmara no valor de R$ 4.253 mensais. Seu salário no mês passado foi de R$ 23.682.
Quem é quem na cadeia
O peemedebista foi condenado a mais de 7 anos de prisão pelos crimes de falsificação de documento público e dispensa indevida de licitação para construir uma creche no município fluminense de Três Rios, onde ele era prefeito em 2002. Jacob foi preso em junho deste ano e recebeu autorização para deixar o presídio da Papuda durante o dia para comparecer às sessões na Câmara, mas essa premissa foi suspensa após ele ser flagrado tentando entrar escondido na cadeia com pacotes de biscoito e de queijo provolone escondidos na cueca .
Já Maluf teve a prisão determinada nesta semana pelo ministro do STF Edson Fachin. Ele havia sido condeado em maio a cumprir 7 anos e 9 meses de prisão por crime de lavagem de dinheiro envolvendo propina recebida em obras da Prefeitura de São Paulo durante sua gestão, entre 1993 e 1996.
Ele se entregou na sede da Polícia Federal em São Paulo nessa quarta-feira (20) e será transferido ainda nesta sexta para a ala de idosos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Brasília.
A defesa de Paulo Maluf teve pedido de liberdade negado pela ministra Cármen Lúcia , mas ainda tenta junto à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal conseguir ao menos o direito à prisão domiciliar para o deputado. Os advogados argumentam que ele tem idade avançada (86 anos de idade) e faz tratamento contra um câncer maligno na próstata.