O deputado federal Wladimir Costa (SD-PA) foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta prática de crime de peculato. Famoso pelos confetes durante o impeachment de Dilma Rousseff, pela ' tatuagem
' em homenagem a Michel Temer e por ter pedido nudes durante votação na Câmara (leia mais sobre os episódios abaixo), o parlamentar é acusado junto a outras cinco pessoas de ter desviado R$ 230 mil em verbas públicas.
A denúncia foi oferecida à Justiça nessa terça-feira (19), mesmo dia em que o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) decidiu cassar o mandato de Wladimir Costa como deputado federal por abuso de poder econômico e gastos ilícitos na campanha de 2014. Ele ainda pode recorrer da decisão.
Além de pedir a condenação do parlamentar, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também requer na denúncia denúncia que o deputado seja condenado a pagar reparação do valor desviado, além de indenização por dano moral coletivo em dobro, acrescido de juros e correção monetária.
A PGR narra na acusação que Wladimir e os demais denunciados desviaram recursos que seriam aplicados em atividades esportivas no estado do Pará. Os R$ 230 mil citados pela Procuradoria iriam custear um projeto de canoagem supostamente promovido pelo Instituto Nossa Senhora de Nazaré de Educação, Esporte e Lazer de Barcarena (PA), por meio de convênio com o Estado do Pará.
De acordo com as investigações, o projeto esportivo nunca existiu e foi usado apenas como um meio de desviar as verbas públicas num esquema liderado por Wladimir. O instituto que seria responsável pela iniciativa reunia notas fiscais e recibos forjados para dar aparência de que o projeto efetivamente existiu.
A PGR afirma que os aliados do deputado no Instituto Nossa Senhora de Nazaré sacaram a totalidade dos R$ 230 mil repassados pelo governo paraense apenas dez dias após a celebração do convênio com o instituto. “Outro elemento circunstancial é o fato de que, pelo menos entre 2007 e 2013, o projeto de canoagem foi o único supostamente desenvolvido pelo instituto”, complementa a procuradora Raquel Dodge.
O deputado Wladimir Costa não se manifestou sobre a denúncia até o momento.
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Histórico curioso do parlamentar
Costa ganhou holofotes em abril do ano passado, quando apareceu na tribuna da Câmara enrolado com a bandeira do Pará e explodiu um bastão de confetes durante a votação para abertura do processo de impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff.
Já neste ano, o parlamentar voltou ao noticiário nacional no fim de julho ao exibir uma suposta tatuagem em homenagem ao presidente Michel Temer em seu ombro. Alguns dias mais tarde, ele reconheceu que se tratava de uma tatuagem de henna (que desaparece em alguns dias).
Pouco mais tarde, em agosto, durante a votação que decidiu pela rejeição da denúncia da PGR contra o presidente, Costa foi flagrado em uma conversa pelo celular, na qual pedia a uma mulher que lhe enviasse fotos íntimas. Em entrevista à “Rádio Jornal”, de Pernambuco, o parlamentar se justificou a respeito do pedido.
Segundo ele, a pessoa com quem ele conversava é uma repórter que também lhe pedia para que mostrasse a tatuagem com o nome de Temer.
Wladimir Costa afirmou ainda que a profissional estava querendo “induzi-lo” a mostrar o corpo durante a votação na Câmara. “Se eu fizesse essa loucura, eu incorreria na quebra do decoro parlamentar”, disse Costa. O deputado , então, pediu que a jornalista mandasse “nudes”, ao invés dele. “Mostra tua bunda mostra afinal não são suas profissões que destacam como mulher é sua bunda. Vai lá põe aí garota [ sic ]."
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