O lobista Lúcio Funaro ganhou nesta terça-feira (19) autorização para deixar a Penitenciária da Papuda, em Brasília, e cumprir prisão domiciliar num sítio de Vargem Grande Paulista, no interior de São Paulo.
Leia também: Entenda aqui os principais pontos da delação do lobista Lúcio Funaro
Responsável por converter os mandados de prisão preventiva contra o doleiro, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, determinou que Lúcio Funaro fosse monitorado com o uso de tornozeleira eletrônica. Uma vez que o equipamento está em falta, o próprio lobista sugeriu que fossem instaladas câmeras em seu imóvel para que o juízo de Brasília possa acompanhar sua movimentação.
O juiz Vallisney cobrou então que Funaro providencie o envio do mapa de cobertura das câmeras que serão instaladas em seu sítio até o dia 2 de janeiro. O lobista precisará também remeter à Justiça, mensalmente, o registro de todos os equipamentos de monitoração.
A transferência de Funaro para longe da Papuda, onde ele esteve preso desde julho do ano passado, será efetivada pela Polícia Federal. A corporação não antecipa datas de deslocamentos de presos.
Quem é Funaro
Autor de uma série de acusações que embasaram a denúncia oferecida ao Supremo Tribunal Federal (STF)
contra o presidente Michel Temer e outros peemedebistas, Funaro ganhou o direito à prisão domiciliar por conta dos benefícios previstos em seu acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.
Na Justiça Federal em Brasília, ele responde a ação penal da Operação Sépsis que apura desvios de fundos de investimentos controlados pela Caixa Econômica Federal. Ele também foi o pivô de processo contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima
, que é acusado de ter pressionado a esposa do doleiro para tentar evitar que Funaro assinasse acordo de delação.
O sítio para onde Lúcio Funaro se mudará conta com um heliponto, grande área verde e até mesmo uma quadra de tênis. Mas o antigo operador financeiro de Eduardo Cunha (PMDB) precisará torcer para seus advogados terem alguma prática no esporte: isso porque o doleiro está proibido de receber visitas de amigos no local.
Leia também: STF desmembra ação contra quadrilhão do PMDB, mas veta envio de processo a Moro