Operação Lava Jato: ex-presidente Lula é acusado de ter cometido crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Divulgação/ Ricardo Stuckert
Operação Lava Jato: ex-presidente Lula é acusado de ter cometido crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anexou ao inquérito da Lava Jato, nesta quarta-feira (13), o “Relatório Pericial Preliminar” realizado nos recibos de alugueis do apartamento que pertence ao empresário Glaucos da Costamarques e foi locado pela ex-primeira-dama Marisa Letícia, em São Bernardo do Campo (SP).

Segundo a defesa de Lula , a perícia foi realizada pelo perito Celso Del Picchia, membro Emérito da Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo, que constatou que “as assinaturas constantes dos recibos são autênticas” e foram lançadas “em diferentes estados de saúde” de Costamarques.

Entre as análises feitas nos 31 recibos originais entregues pelos advogados, a perícia destacou que “é possível afastar, categoricamente, a hipótese de que os recibos tenham sido impressos e assinados em uma única oportunidade, ou seja, podemos atestar que as peças em fulcro foram produzidas e firmadas em diferentes períodos”.

De acordo com o perito os textos foram impresso por ao menos cinco equipamentos e que “foram utilizadas, ao menos, duas diferentes impressoras a laser e três diferentes impressoras jato de tinta”. Além disso, “os textos resultaram de 7 (sete) diferentes arquivos” e as assinaturas foram feitas com 14 “diferentes instrumentos gráficos” (sendo uma hidrográfica e 13 esferográficas diversas).

Para os advogados do petista, o laudo pericial afasta a  hipótese levantada pela força-tarefa da Lava Jato de que os documentos apresentados são falsos e de que o apartamento em são Bernardo seria propina ao ex-presidente.

Recibos suspeitos

Em outubro, o Ministério Público Federal apresentou ao juiz Sérgio Moro incidente de falsidade cobrando a realização de perícia nos recibos entregues pela defesa do ex-presidente.

No pedido protocolado na Justiça Federal, a força-tarefa coordenada pelo procurador Deltan Dallagnol afirma que, "sem margem à dúvida", os recibos entregues pele petista "são ideologicamente falsos". 

Entenda a denúncia

O ex-presidente é acusado de ter cometido crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro nos episódios referentes ao terreno na Vila Clementino e a um apartamento no ABC Paulista.

As investigações indicam que o petista teria aceitado receber da Odebrecht, entre 2010 e 2014, um terreno na zona sul de São Paulo no valor de R$ 12,4 milhões para instalação da sede do  seu instituto. A empreiteira também teria negociado a compra de um apartamento em frente ao que o ex-presidente mora em São Bernardo do Campo , na Grande São Paulo. O imóvel é avaliado em R$ 504 mil.

Leia também: Marun recua e desiste de pedir indiciamento de Janot em relatório na CPMI da JBS

Segundo o Ministério Público Federal, os imóveis foram oferecidos pela construtora ao petista como uma espécie de agradecimento pela manutenção de Renato Duque e de Paulo Roberto Costa em diretorias de interesse da empreiteira na Petrobras. A defesa do ex-presidente nega que Lula tenha praticado os crimes imputados.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!