A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, confirmou que pediu para a Polícia Federal a abertura de cinco inquéritos para investigar vazamentos de delações premiadas de dentro da PGR. A informação havia sido publicada na edição desta terça-feira (12) do jornal O Globo
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“Comunicações, notícias de vazamento, tenho levado com a seriedade que a lei exige, e para todos os casos que chegaram a meu conhecimento eu já determinei a investigação pela PF”, disse Raquel Dodge
, que assumiu a chefia do Ministério Público Federal em setembro.
De acordo com a reportagem do jornal fluminense, os vazamentos investigados pela PF a pedido de Dodge se referem a informações contidas tanto em acordos ainda em fase de negociação na PGR, quanto em acordos já homologados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e que deveriam ser mantidos sob sigilo.
Pedido de indiciamento de Rodrigo Janot
Presente em evento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) nesta manhã, Dodge também comentou o pedido de indiciamento de seu antecessor na PGR, Rodrigo Janot . O pedido foi feito pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS) em seu relatório na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS no Congresso Nacional.
A atual chefe do MPF afirmou que dará a “análise adequada" para o pedido de indiciamento de Janot pelos crimes de abuso de autoridade, prevaricação e incitação à subversão da ordem política.
Perguntada se acreditava que o pedido de Marun seria uma tentativa de intimidar o Ministério Público, Dodge se esquivou dizendo que “não cabe a ela fazer nenhuma consideração sobre a intenção” do deputado e futuro ministro da Secretaria de Governo de Temer.
“Nós não recebemos ainda nenhum indicativo da CPMI nesse assunto. O que posso lhes dizer é que, quando recebermos esses documentos, haverá análise adequada, que será dada no momento oportuno”, disse a procuradora-geral.
Além de Janot, Marun pediu também o indiciamento do procurador Eduardo Pellela, que foi chefe de gabinete do ex-procurador. Segundo o deputado, ambos sabiam que o procurador da República Marcelo Miller auxiliava o empresário Joesley Batista, da JBS, na produção de provas contra o presidente Michel Temer.
Os pedidos, na prática, significam somente uma recomendação à Procuradoria-Geral da República, cabendo a Raquel Dodge levar ou não essa pretensão adiante.
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*Com reportagem da Agência Brasil