Defesa de Lula já contestou se Moro é imparcial o suficiente para julgá-lo
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Defesa de Lula já contestou se Moro é imparcial o suficiente para julgá-lo

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou, nesta sexta-feira (8), que a participação do juiz federal Sérgio Moro  em um evento da Petrobras, pela manhã,  como inaceitável. Moro julga ações, em Curitiba, das quais Lula é réu e já o condenou no caso do triplex do Guarujá, no litoral paulista.

“Em nenhum lugar do mundo seria aceitável que o juiz da causa fosse visitar uma parte para dar conselhos jurídicos a ela”, afirmou Cristiano Zanin , advogado de defesa de Lula  por meio de nota.

A petroleira foi pivô de boa parte das investigações da operação Lava Jato e vários ex-diretores da empresa, além de um de seus ex-presidentes, estão presos e fizeram delação premiada. A Petrobras hoje é parte interessada no processo, uma vez que a Justiça Federal reconheceu que ela é vítima dos esquemas de corrupção investigados.

Exatamente por isso, Zanin criticou a presença de Moro no evento: “A Petrobras se habilitou como parte interessada nas ações penais que tramitam na Justiça de Curitiba. Algumas dessas ações estão pendentes de julgamento, inclusive envolvendo o ex-presidente Lula”.

Moro, o  juiz Marcelo Bretas , responsável pelos julgamentos da Lava Jato no Rio de Janeiro, e Cláudia Taya, secretária de Transparência e Prevenção da Corrupção do Ministério da Transparência, foram convidados para participar do 4º Petrobras em Compliance na sede da empresa, no Rio, no qual a pretoleira reforçou publicamente que está trabalhando dentro da legalidade. Moro discursou diante de diretores e do atual presidente da empresa, Pedro Parente.

“O discurso feito hoje pelo juiz Sérgio Moro na sede da Petrobras por si só compromete a aparência de imparcialidade e pode motivar o reconhecimento da sua suspeição”, conclui Zanin.

Contra a corrupção

Em fala no evento, Moro fez sugestões à empresa, como o monitoramento da evolução financeiras de diretores e o incentivo financeiro a quem fizer denúncias contra casos de corrupção.

"Talvez fosse o caso de se pensar em incentivos para a atuação do denunciante. Até se pensar em compensação financeira, por exemplo, desde que apresentada informação verdadeira e que, através dela, se desbarate um esquema de corrupção”, afirmou o magistrado. Mas ele reforçou que ninguém deve enriquecer com o esquema e que os valores seriam ‘módicos'.

Perguntado por veículos de imprensa sobre as declarações da defesa de Lula sobre sua participação, Moro não quis se pronunciar.

A equipe do ex-petista já entrou com  várias ações que contestam a imparcialidade de Moro em relação aos julgamentos de Lula.

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