Para a procuradora-geral da República, nos últimos anos o MPF tem enfrentado a corrupção com muita persistência
Marcelo Camargo/Agência Brasil - 4.12.17
Para a procuradora-geral da República, nos últimos anos o MPF tem enfrentado a corrupção com muita persistência

Cerca de 70% dos casos envolvendo autoridades, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), tratam de crimes relacionados à corrupção. O dado foi apresentado nesta segunda-feira (4) pelo Ministério Público Federal (MPF) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), durante um evento referente ao Dia Internacional de Combate à Corrupção, celebrado no dia 9 de dezembro.

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De acordo com o MPF , no Supremo estão em tramitação 95 ações penais e 439 inquéritos relacionados a autoridades com prerrogativa de foro por função, como presidente da República, vice, deputados federais, senadores e ministros de Estado. No STJ, que julga casos de crimes comuns envolvendo governadores, desembargadores, membros do Ministério Público e conselheiros dos Tribunais de Contas, são 72 ações penais, 101 inquéritos e 54 sindicâncias.

Para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, nos últimos anos o Ministério Público Federal tem enfrentado a corrupção com muita persistência. “O Mensalão e a Lava Jato são marcos exitosos desta empreitada. Há um longo caminho pela frente […]. Antes, o risco de ser corrupto era quase zero, temos de aumentar esse risco com punições para desestimular os infratores”, afirmou.

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Segundo o balanço apresentado, em 2017, houve ao menos 40 operações de combate à corrupção executadas em todo o País pelo Ministério Público, em parceria com outros órgãos.

Acordos

O Ministério Público Federal já firmou 18 acordos de leniência com empresas investigadas em casos de corrupção, em 2017, envolvendo valores que chegam a R$ 24 bilhões. O instrumento de acordo de leniência foi criado em 2013 e trata da responsabilização administrativa e civil de empresas pela prática de atos contra a administração pública. O objetivo do acordo é identificar outros envolvidos na infração e devolver os valores desviados aos cofres públicos.

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Para o MPF, o acordo de leniência, junto ao acordo de delação premiada, também de 2013, tem sido fundamental na repressão estatal de ilícitos, ao quebrar o pacto de silêncio entre os envolvidos. A delação premiada estabelece redução da pena para a pessoa que colaborar de forma voluntária com a investigação. Apenas nos processos relativos à Operação Lava Jato em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), cerca de 200 pessoas tiveram acordos homologados, além de outros 93 firmados em primeira instância.

* Com informações da Agência Brasil

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