A Comissão de Ética Pública da Presidência abriu um procedimento de investigação para apurar o uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) por nove ministros do governo, que podem ter viajado por motivos eleitorais. O presidente da comissão, Mauro Menezes, fez o anúncio nesta segunda-feira (27). A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, também será investigada por uma viagem .
O processo foi aberto após reportagem do jornal Folha de S.Paulo, que informa que ao menos sete chefes de pastas federais visitaram mais suas bases eleitorais do que outros estados, de janeiro a outubro deste ano. A comissão vai apurar as atividade do seguintes ministros:
Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações)
Helder Barbalho (Integração Nacional)
Leonardo Picciani (Esporte)
Marcos Pereira (Desenvolvimento, Indústria e Comércio)
Mendonça Filho (Educação)
Osmar Terra (Desenvolvimento Social)
Ricardo Barros (Saúde)
Ronaldo Nogueira (Trabalho)
Sarney Filho (Meio Ambiente)
De acordo com Menezes, a análise tem o intuito de verificar "não apenas a utilização das aeronaves da FAB em relação a essas viagens” como também se eles “foram em parte desviadas para outras atividades de interesse político-partidário.
De acordo com o jornal, Gilberto Kassab (PSD-SP), ministro das Ciências e Comunicações, esteve 51 vezes em São Paulo, seu estado natal, contra 36 em outros estados. Já Helder Barbalho (PMDB-PA), ministro da Integração Nacional, foi quase duas vezes mais ao Pará, com 61 viagens, do em relação que a outros lugares, com 31 viagens. E no caso mais extremo, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), ministro dos Esporte, esteve no Rio de Janeiro 83 vezes e fez somente 15 viagens a outros estados.
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Os ministros terão até dez dias para esclarecer o uso das aeronaves. Menezes ressalta que a abertura do procedimento não quer dizer que houve, de fato, mal uso do transporte, mas que é preciso esclarecer os fatos. "As viagens a serviço continuam e elas precisam ser objeto de prestação de contas permanentes", disse Menezes.
A Comissão Pública de Ética da presidência tem o propósito de analisar a conduta de integrantes do poder Executivo federal. Ela foi criada em 1999, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Caso na EBC
A comissão de Ética da Presidência também iniciou uma investigação contra o presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Laerte Rimoli , por desrespeitar o “código de decoro do servidor público”. Na semana passada, Rimoli compartilhou piadas nas redes sociais que ironizavam a declaração da atriz Taís Araújo sobre o racismo no Brasil. Com a repercussão negativa, ele excluiu as postagens e pediu desculpas desculpas. Outros ocupantes de cargos públicos também criticaram a atriz em redes sociais.
Segundo o presidente da comissão, Mauro Menezes, as publicações tinham "tom jocoso" e o conteúdo "causou espécie". Rimoli também terá um prazo de dez dias, após ser notificado oficialmente, para prestar os esclarecimentos.