O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) determinou prisão preventiva para o empresário Felipe Picciani, que estava preso provisoriamente desde o último dia 14, no âmbito da Operação Cadeia Velha.
Felipe é filho do deputado estadual Jorge Picciani (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que também está preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica , onde estão os réus da Operação Lava Jato do Rio de Janeiro, incluindo seu filho.
Segundo a assessoria do TRF2, a decisão de converter a prisão provisória de Felipe Picciani em preventiva foi tomada nesta quinta-feira (23) pelo desembargador Abel Gomes. A prisão provisória do réu venceria nesta sexta-feira (24), caso não fosse renovada, ele seria solto.
Felipe é o único filho de Picciani que não está na vida pública, já que os outros irmãos são deputados, estadual e federal. Ele é o responsável pela administração dos negócios da família, que incluem fazendas, venda de genética bovina e até pedreira.
Com a decretação da prisão preventiva, Felipe Picciani continuará preso por prazo indeterminado. A Operação Cadeia Velha investiga a relação de políticos com o recebimento de propinas de empresas de ônibus, que em troca seriam beneficiadas com isenções fiscais e aumentos de tarifa. A defesa de Felipe Picciani não foi localizada para comentar a decisão.
Outros presos
O TRF2 também transformou nesta sexta em preventiva a prisão de Ana Claudia Andrade e Fabio Cardoso do Nascimento, que estavam presos temporariamente, também pela Operação Cadeia Velha.
De acordo com o MPF, Felipe e Ana Claudia agiam a serviço do deputado estadual Jorge Picciani e Fabio, em nome do deputado Paulo Melo. No pedido de conversão da prisão, o MPF na 2ª Região (RJ/ES) detalhou casos de lavagem de dinheiro envolvendo Felipe e vendas de gado.
O MPF não solicitou a conversão da prisão da investigada Marcia Rocha Schalcher de Almeida, por ter se concluído até o momento que ela não continua trabalhando para ocultar os recursos ilícitos destinados a Picciani.
Cadeia Velha
Além de Jorge Picciani, os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi também foram alvos da Operação Cadeia Velha, um desdobramento da Lava Jato, que foi deflagrada no início da semana passada, no Rio. A operação investiga o uso dos cargos públicos para corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, em combinação com as empresas de ônibus.
De acordo com as investigações, os três articulariam a aprovação de projetos favoráveis aos empresários que pagavam pelas vantagens indevidas. Outra ação deles estaria ligada à pressão para aprovar as contras dos governadores na Alerj, mesmo com ressalvas apresentadas pelos técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ).
Picciani é presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), cargo que também já foi ocupado por Paulo Melo. Edson Albertassi, por sua vez, é líder do governo na Casa. Apesar de terem conseguido reverter a decisão judicial que determinava a prisão preventiva dos três, os parlamentares retornaram à cadeia depois de nova condenação do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) .
*Com informações da Agência Brasil
Leia também: Mesmo com parlamentares presos, PGR pede ao Supremo que anule decisão da Alerj