Após temporada de dois meses em Brasília, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB) deixará a capital federal na próxima semana para retornar ao Complexo Médico Penal em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
A transferência de Eduardo Cunha será realizada pela Polícia Federal, que não divulga a data exata para esse tipo de procedimento. A corporação, no entanto, tem só entre segunda (20) e sexta-feira (24) para organizar o aparato necessário e levar o peemedebista de volta ao Paraná, conforme decidiu o juiz Vallisney de Souza Oliveira , da 10ª Vara Federal em Brasília, no início deste mês.
Condenado pelo juiz Sérgio Moro a 15 anos e 4 meses de prisão em ação penal sobre o pagamento de propina em negócio da Petrobras na África, Cunha está desde o dia 15 de setembro detido no Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil do DF.
Audiências da Operação Sépsis
Ele foi levado a Brasília para participar de audiências de um processo da Operação Sépsis no qual ele é réu ao lado do também ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB), do lobista Lúcio Funaro, do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto e do empresário Alexandre Margotto.
Nessa ação penal, Cunha é acusado de ter praticado crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional em esquema de cobrança de propina de empresas em troca da liberação de recursos do fundo de investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa.
O ex-deputado prestou depoimento no dia 6 deste mês e sua defesa queria que ele permanecesse em definitivo em Brasília a fim de aguardar a sentença do juiz Vallisney. Ao decidir sobre o pedido, o magistrado concedeu alguns dias a mais na capital federal pos reconheceu que havia "necessidade de facilitar imediatos encontros [da defesa] com o réu para fins de pedidos de diligências e atos preparatórios das alegações finais".
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Cunha tenta fugir de Pinhais pela segunda vez
No Complexo Médico Penal, para onde Cunha retornará, as celas possuem 12 metros quadrados e capacidade para três detentos (embora apenas cada ambiente receba somente dois presidiários). Os banhos no presídio são coletivos.
O ex-deputado parece não gostar do local. Além das reiteradas tentativas em permanecer em Brasília, ele também foi contra sua transferência da carceragem da superintendência da Polícia Federal em Curitiba para o Complexo Médico Penal, realizada em dezembro do ano passado.
Eduardo Cunha está preso desde outubro de 2016 e aguarda julgamento de seu recurso contra a senteça do juiz Moro junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
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