Na noite desta terça-feira (17), nós recebemos mais uma rasteira dos nossos representantes. O Congresso mais uma vez frustrou e revoltou a nação. Desta vez foi o Senado que votou contra o povo e a favor de Aécio Neves. Ao final da votação na Casa, o placar apontava 44 votos pró-Aécio e apenas 26 contra o afastamento do tucano.

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Aécio Neves está de volta ao Senado
Geraldo Magela/Agência Senado - 5.7.17
Aécio Neves está de volta ao Senado


Aécio Neves (PSDB-MG) havia sido afastado do seu mandato, pela segunda vez, e proibido de sair de casa à noite pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

Aécio é investigado por corrupção passiva e obstrução de Justiça, por pedir R$ 2 milhões da JBS, além de ter atuado no Senado e junto ao Executivo para embaraçar as investigações da Lava Jato. Em escutas telefônicas, o psdbista chegou a falar em matar o próprio primo. Ele nega todas as acusações.

Todas essas acusações, escutas, mandos e desmandos, combinações às escuras não foram suficientes para evitar que voltasse ao seu cargo e dissesse que sofria com uma "ardilosa armação".

Por que os senadores livraram Aécio? Porque o Senado dispõe de pelo menos 20 senadores enrolados com a Justiça. O Aécio Neves de hoje pode ser a Gleisi Hoffmann de amanhã.

Vejamos, distinto Senador. O senhor foi gravado pedindo R$ 2 MILHÔES para um "empréstimo" e dizendo ainda que iria escolher alguém que pudesse matar. Parecia trama de filme de gangster. E já que estamos no terreno das metáforas, evoco o juiz Sérgio Moro que comparou os corruptos e corruptores com os seriais killers ao defender a necessidade da manutenção da prisão para condenados em 2º instância, ou seja, por um colegiado de magistrados.

A pergunta de todos brasileiros é: O que precisa para um figurão da política pagar pelos seus erros? E agora nem falamos de prisão, já que discussão em torno de Aécio dava conta apenas do afastamento do mandato e, em um segundo momento, de medidas cautelares.

As lições que não aprendemos no Senado tiramos em uma pequena cidade do Paraná.

Enquanto assistia aos desmandos no Senado lia a história do pequeno "Geninho". A criança mostrou o quanto Aécio e os Senadores ainda precisam aprender sobre honestidade.

Leia na íntegra a história de Geninho, ela foi retirada do perfil de João Neto, trabalhador de uma empresa de energia.

– Vc vai cortar a luz, moço? Perguntou a mulher sentada num banco de madeira, acompanhada por 3 crianças descalças.

– Sim, respondi.

– Tudo bem, estou com duas atrasadas, mas só recebo dia 9.

– Mas hoje é dia 9, ponderei.

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– Sério?

– Sério, e se a senhora pagar hoje é só pedir a religação que antes das 6 eu volto!

– Combinado, disse ela!

Pra mim o “corte” é uma atividade desagradável, em qualquer circunstância, apesar de obrigatório, e se a família for pobrezinha é mais doído ainda: a tal atividade “culposa” (sem intenção de cortar!).

Antes de sair, enquanto encerro o serviço no tablet, as 3 crianças se aproximam e pedem:

– Moço, vc tem 1 real?

Sem moedas no bolso, abri a carteira e encontro uma solteira nota de 5 reais… Entrego pro menino e ordeno:

– É pra vc repartir com suas irmãzinhas.

Ele balançou a cabeça positivamente, e falou: “tábão”!

Fui embora pensando nas crianças pidonchando, mas, vida que segue!

Bem de tardezinha caiu a religação da casinha de madeira torta… Segui pra lá… Eu tinha o dever de devolver luz para aquela criançadinha, era, pra mim, o momento da redenção.

Ao ouvir o barulho da camionete, todos saíram eufóricos. O menino (Eugênio) vem até mim e diz todo alegrinho:

– Ainda bem que vc veio!

Pensei que tivesse feliz pela luz… Só que não… Ele abre sua mãozinha suja e suada e exclama:

– Toma seu troco!

Naquele instante, ao me devolver 2 reais “Geninho” estava me mostrando o maior exemplo de honestidade e responsabilidade que eu já tinha visto na vida.

– Não, não quero troco… Era tudo de vcs!

– Mas não era 1 real pra cada um? Perguntou!

– Pode ficar pra vcs!

Sim, Eugênio pediu apenas R$ 1 real e mesmo sem precisar deu o troco. Já Aécio pediu R$ 2 milhões às escuras. Vocês senadores ainda estão em débito, não foi pelas vistas grossas que elegi vocês. Os senhores me devem a honestidade que tem uma criança.

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