A Justiça Federal no Rio de Janeiro realiza nesta quarta-feira (11) o segundo leilão de bens apreendidos no âmbito das investigações da Operação Lava Jato no estado. A primeira tentativa de passar adiante os imóveis, carros e artigos de luxo para reaver recursos públicos desviados foi realizada na semana passada, mas apenas um item foi arrematado
: um relógio suíço que pertencia ao ex-secretário de Obras do Rio Hudson Braga, pelo valor de R$ 1.300.
Estarão disponíveis para lances a partir das 13h desta tarde um total de 18 bens que foram apreendidos nas operações Calicute e Lava Jato e são avaliados em mais de R$ 16 milhões. Os bens do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), tais como a casa de veraneio em Mangaratiba e a Lancha Manhattan Rio, ainda não serão leiloados pois o peemedebista conseguiu liminar na Justiça suspendendo as vendas.
Diferentemente do ocorrido no primeiro leilão, quando só foram permitidos lances no valor igual ou superior ao da avaliação dos itens, nesta segunda tentativa de vender os bens apreendidos o leiloeiro Renato Rocha Guedes oferecerá os bens por valor até 20% abaixo da avaliação oficial.
O item mais caro à venda nesta quarta-feira é um apartamento dúplex que pertencia a Ary Filho, apontado como um dos operadores de propina de Sérgio Cabral. O imóvel de 268 metros quadrados está localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, de frente para a praia. No leilão da semana passada, ninguém tentou arrematar o imóvel.
Também estarão à espera de lances outro dúplex de Ary Filho (este avaliado em R$ 4,2 milhões) e um carro importado da montadora Volvo cujo dono era Wagner Jordão Garcia, ex-assessor do secretário Hudson Braga.
Serão leiloados ainda uma série de relógios importados de grifes como MontBlanc, Bulgari, Tag Heuer e Tissot. Os valores vão de R$ 700 (Tissot, de Hudson Braga) a R$ 14 mil (Cartier, também do ex-secretário de Obras.
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A venda antecipada dos itens apreendidos foi determinada em junho pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal da Justiça Federal no Rio. O magistrado justificou sua decisão em mandar os bens a leilão antes mesmo da conclusão das investigações argumentando que os imóveis e automóveis perdem seu valor conforme o passar do tempo e a manutenção deles é dispendiosa para a Justiça.
"A alienação antecipada proposta é adequada e proporcional ao caso em concreto. Ressalte-se que o objetivo da alienação antecipada é o de salvaguardar a restituição aos cofres públicos de eventual produto/proveito de crime, de forma que, obviamente, fica resguardado o direito à devolução da quantia em caso de sentença absolutória", escreveu o magistrado da Lava Jato na ocasião.
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Veja imagens dos bens de Sérgio Cabral que ainda devem ser leiloados: