Moro marca audiência para ouvir Dilma Rousseff como testemunha de defesa

Ex-presidente prestará depoimento no próximo dia 25 por videoconferência em ação na qual o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine é réu

Operação Lava Jato: Dilma Rousseff foi arrolada como testemunha de defesa do ex-presidente do BB Aldemir Bendine
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil - 17.6.2013
Operação Lava Jato: Dilma Rousseff foi arrolada como testemunha de defesa do ex-presidente do BB Aldemir Bendine

O juiz federal Sérgio Moro marcou para o próximo dia 25 uma audiência com a ex-presidente Dilma Roussef. Ela será ouvida por videoconferência, em Porto Alegre, na condição de testemunha de defesa em um processo da Operação Lava Jato.

Dilma foi arrolada como testemunha pelo ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine , que é acusado, na Operação Lava Jato, de ter recebido R$ 3 milhões em propina da Odebrecht enquanto era presidente da Petrobras.

Denúncia

Aldemir Bendine foi denunciado pelo Ministério Público Federal pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, em episódios relacionados a contratos da Petrobras com a construtora Odebrecht. Ele também é acusado de tentar embaraçar as investigações da operação e está preso preventivamente

Bendine atuou como presidente do Banco do Brasil entre abril de 2009 e fevereiro de 2015, depois ocupando o cargo de presidente da Petrobras até maio de 2016. Ele foi citado em delação premiada pelos ex-diretores da Odebrecht, Marcelo Odebrecht e Fernando Ayres da Cunha Santos, sendo apontado como um dos beneficiados pelo pagamento de vantagens indevidas – graças à posição ocupada no banco e na estatal. Os dois empresários foram apontados como “operadores” intermediários e representantes dos interesses de Bendine.

Além dos depoimentos prestados nos acordos de delação premiada de ex-executivos da empreiteira, a identificação de e-mails enviados por Bendine a dirigentes da Odebrecht também endossou a denúncia da força-tarefa da Lava Jato. As mensagens indicam movimentações do então presidente da Petrobras em favor da empreiteira.

"Bendine recebeu propina para favorecer a vida da Odebrecht na Petrobras", destacou, em entrevista coletiva, o procurador da República Atahayde Ribeiro Costa, da força-tarefa da Lava Jato.

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Caso Bendine seja condenado pelos crimes listados, sua pena poderá chegar a 25 anos de prisão. O publicitário André Gustavo Vieira da Silva, apontado como 'emissário' de Bendine na cobrança de propina da Odebrecht, e que foi preso na mesma fase que o ex-presidente da Petrobras, também foi denunciado pelos mesmos crimes.

Além de Aldemir Bendine e do publicitário André Gustavo, também foram denunciados na Operação Lava Jato outras quatro pessoas, entre elas o empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht.