O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, decidiu nesta segunda-feira (31) que o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil Aldemir Bendine ficará preso por tempo indeterminado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Atendendo pedido da força-tarefa de procuradores da Lava Jato, o magistrado, que é o responsável pelas ações decorrentes da operação em primeira instância, converteu a prisão temporária de Bendine em prisão preventiva.
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Na semana passada, Aldemir Bendine teve prisão temporária decretada pelo juiz Sérgio Moro pelo período de cinco dias na 42ª fase da Lava Jato, denominada Operação Cobra. O ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil é acusado de ter recebido ao menos R$ 3 milhões de propina em espécie da empreiteira Odebrecht para não prejudicar a empresa em futuras contratações.
De acordo com as investigações executadas pela força-tarefa da Lava Jato , Bendine teria solicitado outros R$ 17 milhões de propina à empreiteira quando ainda era presidente do Banco do Brasil, em troca da atuação para rolar uma dívida da Odebrecht Agroindustrial. Os valores teriam sido intermediados por outros dois investigados, que também tiveram o período de prisão convertido.
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Na decisão, Moro entendeu que Bendine deve continuar preso porque apresenta "múltiplos riscos à ordem pública, à instrução e à aplicação da lei penal".
Histórico
Aldemir Bendine presidiu o Banco do Brasil entre abril de 2009 e fevereiro de 2015, quando deixou a instituição financeira para substituir Graça Foster no comando da Petrobras, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
A investigação contra Bendine teve como base as delações premiadas de Marcelo Odebrecht, ex-presidente-executivo do grupo Odebrecht, e de Fernando Reis, executivo da companhia.
Por entender que Bendine não tinha poder para influenciar na rolagem do empréstimo, a empresa decidiu não pagar os R$ 17 milhões, mas acabou aceitando repassar, posteriormente, R$ 3 milhões para garantir seus interesses na Petrobras, disseram os procuradores que integram a força-tarefa.
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Os indícios mostram que os pagamentos foram feitos em três repasses de R$ 1 milhão, todos em 2015, por meio de contratos fictícios de consultoria junto a uma empresa laranja, informou o MPF (Ministério Público Federal) ao juiz Sérgio Moro.
* Com informações da Agência Brasil