A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS aprovou nesta quinta-feira (21) a convocação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, controladores do grupo J&F, para prestar esclarecimentos no Congresso Nacional. Também serão chamados para depor o ex-executivo Ricardo Saud e o ex-procurador Marcello Miller, suspeito de orientar os delatores da empresa a esconderem fatos da Procuradoria-Geral da República (PGR).
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Os integrantes da CPMI dedicada a apurar irregularidades acerca das operações financeiras realizadas entre a JBS e o BNDES também aprovaram, em votação simbólica, o convite para que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot seja ouvido.
Serão convocados a depor o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho e o procurador da República Ângelo Goulart Vilela, que chegou a ser preso sob a acusação de repassar informações de dentro da PGR quando trabalhava na equipe de Rodrigo Janot.
Outros delatores do grupo J&F que devem prestar esclarecimentos são Valdir Aparecido Boni, Francisco Assis e Silva, Florisvaldo Caetano de Oliveira, Fábio Chilo e Demilton Antônio de Castro. O advogado da empresa, Willer Tomaz de Souza, também foi convocado.
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As convocações de Luciano Coutinho e de Willer de Souza foram as únicas que geraram discussão durante a votação realizada nesta manhã na CPMI. “Concordo com a convocação do advogado, desde que isso não tenha relação a qualquer ataque a prerrogativas da profissão”, disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ).
“Luciano Coutinho não é acusado de nenhuma irregularidade e por isso deveria ser convidado e não convocado”, pediu o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Ficaram de fora da pauta de votações da CPMI requerimentos que pediam a convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ex-presidente Dilma Rousseff, do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e do atual ministro da Fazenda Henrique Meirelles.
CPMI
A comissão integra 16 senadores e 16 deputados e foi criada no fim do mês passado visando investigar a relação entre o grupo Friboi e o BNDES, além de se debruçar sobre os acordos de delação premiada assinados entre os executivos da empresa. Os trabalhos do grupo têm prazo de duração de 120 dias.
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*Com informações e reportagem da Agência Câmara Notícias