Michel Temer fez um discurso delicado ao abrir a Assembleia Geral da ONU 2017, nesta terça-feira
Divulgação/Palácio do Planalto
Michel Temer fez um discurso delicado ao abrir a Assembleia Geral da ONU 2017, nesta terça-feira

O "Brasil atravessa momento de transformações decisivas" e o "novo Brasil que está surgindo das reformas é um país mais aberto ao mundo". Isso é o que disse o presidente da República, Michel Temer, nesta terça-feira (19), na abertura da 72ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York.

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O discurso de Michel Temer tocou assuntos mundiais como a questão do armamento nuclear, mas também focou em assuntos internos, como a preservação do meio ambiente – levando em consideração o desamatamento da Amazônia – e a recuperação da economia brasileira. 

O Brasil é o país responsável pela abertura da assembleia da ONU desde 1947. Esta foi a segunda vez que o presidente peemedebista discursou na abertura do evento. No ano passado, ele aproveitou a oportunidade para reiterar o compromisso “inegociável” do Brasil com a democracia e abordou alguns conflitos internacionais, como o de Israel e da Palestina e a guerra na Síria.

Em seu discurso nesta terça-feira, Temer ressaltou que, na assembleia, as nações se beneficiam "do mais plural conjunto de perspectivas".

"Aqui encontramos os parâmetros e as normas para o convívio respeitoso. Aqui haveremos de nos tornar nações mais unidas – em nome do desenvolvimento de nossos povos, da dignidade de nossos cidadãos, da segurança de nosso planeta", afirmou. 

Preservação do meio ambiente

No discurso, Temer afirmou que "o compromisso do Brasil com o desenvolvimento sustentável é de primeira hora". "Em todas as frentes, o Brasil procura dar sua contribuição para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável", ressaltou.

O presidente brasileiro reiterou o compromisso do País com o Acordo de Paris e ressaltou que a nossa nação é líder em energia hídrica e em bioenergia.

"Meu país – e é com satisfação que o digo – está na vanguarda do movimento em direção a uma economia de baixo carbono. A energia limpa e renovável no Brasil representa mais de 40% da nossa matriz energética: três vezes a média mundial".

Na questão da Amazônia, Temer buscou ser otimista e citou dados que mostram diminuição no desmatamento.

"O Brasil orgulha-se de ter a maior cobertura de florestas tropicais do planeta. O desmatamento é questão que nos preocupa, especialmente na Amazônia. Nessa questão temos concentrado atenção e recursos. Pois trago a boa notícia de que os primeiros dados disponíveis para o último ano já indicam diminuição de mais de 20% do desmatamento naquela região. Retomamos o bom caminho e nesse caminho persistiremos", afirmou.

Questão nuclear

Tocando o assunto que atormenta a comunidade mundial, Temer reforçou a posição do País contra o armamento nuclear. 

"O Brasil manifesta-se com a autoridade de quem, dominando a tecnologia nuclear, abriu mão, voluntariamente, de possuir armas nucleares", disse.

"O Brasil pronuncia-se com a autoridade de um país cuja própria Constituição veda o uso da tecnologia nuclear para fins não pacíficos. De um país que esteve na origem do Tratado de Tlatelolco, que, há meio século, estabeleceu a desnuclearização da América Latina e do Caribe", continuou.

"Os recentes testes nucleares e missilísticos na Península Coreana constituem grave ameaça, à qual nenhum de nós pode estar indiferente. O Brasil condena, com toda a veemência, esses atos. É urgente definir encaminhamento pacífico para situação cujas consequências são imponderáveis", deixou claro.

Agenda de Temer

Antes da abertura da assembleia, o presidente brasileiro se reuniu com o secretário-geral da ONU , António Guterres. Além disso, ainda nesta terça, Temer se encontra com os líderes Mahmoud Abbas, da Autoridade Palestina, Abdel Fattah El-Sisi, do Egito, e Benjamin Netanyahu, de Israel, todos do Oriente Médio.

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Temer ainda aproveitará o dia para participar de uma reunião com líderes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e com o presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab.

Venezuela

Nesta segunda-feira (18), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu a restauração "plena" da democracia e das liberdades políticas na Venezuela, no início de uma reunião com vários governantes latino-americanos, entre eles Temer, para tratar a crise nesse país. 

Trump disse que a situação atual na Venezuela é insustentável, "completamente inaceitável", e lembrou as sanções que os EUA impuseram durante o seu mandato contra o governo do presidente Nicolás Maduro.

Após o encontro, Michel Temer falou a imprensa, e concordou com a posição de Trump sobre a crise na Venezuela . “Na opinião de todos os participantes do jantar, é preciso que logo haja uma solução democrática na Venezuela”, afirmou o presidente, que relembrou sua conversa com Leopoldo Lopes, líder da oposição venezuelana.

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* Com informações Agência Brasil.

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