Presos desde a semana passada, o empresário Joesley Batista e o ex-executivo da JBS pediram, nesta quarta-feira (13), a concessão de liberdade ao Supremo Tribunal Federal (STF), antecipando o fim da prisão temporária de ambos, que venceria nesta quinta-feira (14), e fora decretada por cinco dias pelo ministro Edson Fachin.
Leia também: "Maior vítima dos irmãos Batista é o próprio País", diz delegado da PF
O advogado de defesa de Joesley
e Saud, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, se adiantou ao provável pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que a prisão seja decretada por tempo indeterminado. Ele também reafirmou que os acusados jamais cooptaram o ex-procurador da República Marcello Miller para atuar a favor da JBS e que não omitiram informações da PGR.
“Demonstrada, enfim, a absoluta ausência de indícios de ocultação de provas, cuja plausibilidade é presunção meramente hipotética, aguarda a defesa que os requerentes sejam colocados em liberdade, quando findo o prazo de 5 (cinco) dias, permanecendo até lá e sempre à plena disposição desta Colenda Corte, bem como das autoridades investigativas, no fiel cumprimento dos termos do acordo de colaboração”, argumentou o advogado.
Leia também: Por unanimidade, STF decide manter Janot em investigações contra Temer
Joesley e Saud estão presos na Superintendência da PF em celas separadas, de 9 metros quadrados cada. Eles podem ser transferidos para o Complexo Penitenciário da Papuda caso a detenção seja convertida em prisão preventiva nos próximos dias.
Os dois se entregaram à Polícia Federal depois que o ministro Edson Fachin aceitou o pedido de prisão temporária feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após a divulgação de um áudio de quatro horas de diálogo entre ambos que, de acordo com a PGR, aponta que eles omitiram informações durante o acordo de delação premiada.
'País é maior vítima'
A prisão preventiva dos empresários Joesley e Wesley Batista era a única medida capaz de interromper a prática de crimes por parte dos irmãos Batista. É o que acredita o delegado federal Victor Hugo Rodrigues Alves, um dos responsáveis pelas investigações que culminaram na operação deflagrada pela PF na manhã desta quarta-feira (13) , quando Wesley Batista foi preso, em São Paulo (Joesley já estava detido desde o último domingo).
Os investigadores da Polícia Federal explicaram em entrevista concedida após as diligências da Operação Tendão de Aquiles que o pedido de prisão preventiva dos irmãos Joesley e Wesley Batista decorre da constatação de crimes contra o sistema financeiro praticado pelos sócios da JBS às vésperas do vazamento de suas delações premiadas. Os mandados de prisão, decretados pela Justiça Federal em São Paulo, são embasados nos princípios da "garantia da ordem pública e da ordem econômica" e não possuem ligação com as demais investigações contra executivos da JBS.
*As informações são da Agência Brasil