![Geddel Vieira Lima foi preso por suspeita de tentar atrapalhar investigação sobre esquema na Caixa Econômica Federal Geddel Vieira Lima foi preso por suspeita de tentar atrapalhar investigação sobre esquema na Caixa Econômica Federal](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/ac/hn/9d/achn9dh9pzx2c0ewmz13zy2a2.jpg)
O Ministério Público Federal (MPF), no documento em que pede a prisão preventiva do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), afirma que o peemedebista é um “criminoso habitual” e que “não há medidas cautelares alternativas que sejam capazes de impedir que novos delitos sejam cometidos”.
Geddel foi preso preventivamente pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (8) , em Salvador. A prisão acontece três dias após a apreensão de mais de R$ 51 milhões em notas, encontradas no 'bunker' de um apartamento supostamente utilizado por ele.
O peemedebista já cumpria prisão domiciliar, mas estava sem tornozeleira eletrônica, por falta do equipamento em Salvador. A prisão preventiva do ex-ministro foi determinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília.
No documento, os procuradores defenderam a troca de regime domiciliar pela a de prisão preventiva argumentando que o ex-ministro continua praticando crimes, já que lavagem (ocultação) de dinheiro é delito permanente, e que, em casa, mesmo detido, ele poderia – como efetivamente o fez – manter contatos com outros envolvidos nos crimes.
O MPF lembra ainda que o primeiro pedido – analisado no início de julho pela Justiça Federal – teve como fundamento a constatação de que o peemedebista tentava obstruir as investigações. De acordo com os procuradores, na época, o objetivo do ex-ministro era evitar que o doleiro Lúcio Funaro firmasse acordo de colaboração premiada.
Dinheiro reforça delações
O MPF destaca também que a descoberta do dinheiro na Operação Tesouro Perdido reforça informações dadas em depoimento pelo doleiro Lúcio Funaro e pelo empresário Joesley Batista.
![Dinheiro encontrado em Dinheiro encontrado em](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/99/hx/16/99hx167plhef1u4mhctd8z0o9.jpg)
Os dois afirmaram que, assim como Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, o ex-ministro solicitava vantagens indevidas de empresas que buscavam empréstimos junto à CEF. Disseram ainda que a propina era paga por meio das empresas de Lúcio Funaro, inclusive, em espécie. O próprio Funaro teria relatado pagamentos da ordem de R$ 20 milhões.
Na noite desta quarta-feira (6), a PF encontrou impressões digitais do peemedebista no apartamento . As impressões digitais reforçam as suspeitas de ligação do ex-ministro com o dinheiro, comprovando que ele esteve no imóvel onde a quantia milionária estava guardada. Além disso, segundo os procuradores, duas testemunhas – uma delas o dono do imóvel –confirmaram à polícia que o ex-ministro usava o apartamento emprestado, a pretexto de guardar pertences do pai que morreu no ano passado.
Operação Cui Bono
A ação da PF desta sexta-feira (8) trata-se de uma nova fase da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na Caixa Econômica Federal. Além do ex-ministro, o seu ex-assessor Gustavo Ferraz, também foi preso preventivamente.
A polícia cumpre ainda outros três mandados de busca e apreensão, todos na capital baiana. Um dos mandados foi cumprido na casa da mãe do peemedebista, que mora no mesmo prédio do filho. Por esse motivo, a PF demorou cerca de uma hora dentro do edifício, por volta das 5h40 às 6h40.
Geddel deixou o prédio pouco depois das 7h. Ele foi levado no banco de trás de uma viatura da PF, e chegou ao aeroporto Luiz Eduardo Magalhães cerca de meia hora depois, para ser levado a Brasília, onde ficará à disposição da Polícia.