O empresário Joesley Batista, do grupo J&F, chegou na manhã desta quinta-feira (7) à sede da Procuradoria Geral da República (PGR), no Distrito Federal – junto ao diretor de Relações Institucionais do grupo, Ricardo Saud , e ao advogado da empresa Francisco de Assis e Silva – para prestar depoimentos e esclarecer o conteúdo do áudio que aponta omissão de informações dos três delatores aos investigadores da Lava Jato .
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Tais depoimentos podem ser determinantes para manter ou não os benefícios oferecidos aos três no acordo de colaboração com o Ministério Público. Isso porque o áudio pode levar à anulação da delação premiada de Joesley Batista , Ricardo Saud e Francisco de Assis.
De acordo com as investigações. o áudio foi gravado, aparentemente por descuido, no dia 17 de março. Na gravação, fica a suspeita de que os três deltores tenham omitido informações à PGR . O aúdio tem cerca de quatro horas de duração.
Marcelo Miller atuava como 'agente duplo'
Nas gravações, é possível ouvir como Joesley e os diretores da JBS atuaram para obter o acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Nos diálogos, que devem ser divulgados pelo STF ainda esta noite, os delatores relatam suposta influência sobre o ex-procurador da República Marcelo Miller, que fez parte da equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
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A suspeita da PGR é que Miller atuou como “agente duplo” durante o processo de delação. Ele estava na procuradoria durante o período das negociações e deixou o cargo para atuar em um escritório de advocacia em favor da JBS .
Por meio de nota à imprensa, Miller informou que “tem convicção de que não cometeu qualquer crime ou ato de improbidade administrativa”. O ex-procurador disse ainda que está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos.
Na segunda-feira (4), ao comunicar a abertura do processo de revisão das delação de Joesley Batista, Janot disse que mesmo se os benefícios dos delatores forem cancelados, as provas contra as pessoas citadas devem ser mantidas. No entanto, a decisão final cabe ao Supremo.
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* Com informações da Agência Brasil.