Terminou na Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, o depoimento do executivo do grupo J&F, Joesley Batista. Neste momento, quem está sendo ouvido é Ricardo Saud, outro executivo da controladora da JBS. Os dois chegaram por volta das 10h desta quinta-feira (7) ao aeroporto internacional de Brasília, em um jatinho particular. A responsável por ouvi-los é a subprocuradora Cláudia Sampaio.
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O advogado da empresa, Francisco de Assis, que também realiza delações, foi o primeiro a depor. Segundo informações da assessoria da J&F, Joesley Batista , Ricardo Saud e Francisco de Assis não falarão com a imprensa. Os três delatores, foram convocados para esclarecer o teor das conversas gravadas em novo áudio entregue à PGR na última semana. Em diálogos, os executivos da JBS citam políticos, ex-ministros e até atuais ministros do Supremo Tribunal Federal.
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As gravações indicam, ainda, que o ex-procurador-geral Marcelo Miller, que participou do acordo de delação, atuou para beneficiar os executivos. A PGR suspeita que Miller tenha atuado como agente duplo. O depoimento do ex-procurador está marcado para esta sexta-feira (8). O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou a instauração de investigação para apurar as suspeitas.
Janot também adiantou que o acordo de delação premiada assinado com os executivos poderá ser revisto. Uma das possibilidade é que, após ouvir os executivos, o procurador-geral da República suspenda os benefícios da delação premiada. Entre as principais vantagens oferecidas aos executivos, está a anulação de indiciamentos criminais pelos crimes relatados nos depoimentos.
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Em coletiva de imprensa realizada no início da semana, Janot afirmou que, mesmo cancelado o acordo com Joesley Batista e os demais executivos da J&F, as provas obtidas têm validade. A teste foi rebatida por Antônio Cláudio Mariz, advogado do presidente Michel Temer. A decisão final da validade das provas deverá ficar com o Supremo Tribunal Federal.
* Com informações da Agência Brasil.