O líder do governo no Senado, ex-ministro Romero Jucá (PMDB-RR), fez pouco caso da nova denúncia apresentada contra ele
pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Essa já é a terceira denúncia que tem o peemedebista como alvo levada ao Supremo Tribunal Federal (STF) somente nos últimos sete dias.
Em entrevista concedida na chegada ao Congresso Nacional nesta terça-feira (29), Romero Jucá sugeriu que Janot "tem um fetiche" pelo seu bigode. A afirmação refere-se ao provérbio popular utilizado pelo procurador-geral na abertura da denúncia oferecida nessa quinta-feira (28) ao Supremo (" A palavra de um homem está no fio do bigode ").
"Ele até deu declaração sobre o meu bigode. Eu diria que pelo menos é uma fixação. Não sei se é um fetiche ou alguma coisa. Não entendo esse comportamento dele", disse o senador, acusado de receber R$ 150 mil em propina para favorecer a Odebrecht na tramitação de medidas provisórias de interesse da empreiteira.
Ao criticar a atuação de Janot à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR), Jucá disse que o chefe do Ministério Público "começou bem, mas está tendo uma despedida melancólica, lamentável e triste". Janot deixa o cargo no próximo dia 17, quando a procuradora Raquel Dodge, escolhida pelo presidente Michel Temer, assumirá o seu posto.
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Denúncias anteriores
Além dessa nova denúncia, Jucá também integrou o ról de acusados de cometer crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
em esquema envolvendo contratos da Transpetro, a subsidiária de gás natural da Petrobras. Essa denúncia incluiu ainda outros caciques do PMDB, como Renan Calheiros e José Sarney, e foi baseada na delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
Machado já havia motivado dor de cabeça a Jucá no ano passado, quando foi divulgada conversa gravada entre os dois na qual o senador profere a polêmica e icônica frase sobre um "acordo nacional com Supremo, com tudo" para "estancar a sangria" da Operação Lava Jato.
A primeira das três denúncias recentes contra Romero Jucá foi apresentada no dia 21 deste mês no âmbito da Operação Zelotes, que apura pagamentos de propina a agentes públicos em troca da manipulação de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).