O clima esquentou durante a sessão do Congresso Nacional desta terça-feira (20). Enquanto os parlamentares analisavam os vetos presidenciais a trechos de projetos aprovados pelo Legislativo, deputados federais e senadores se envolveram em uma confusão que fez a sessão ser interrompida por mais de 15 minutos.
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O empurra-empurra no Congresso se deu quando o líder da bancada do PDT na Câmara dos Deputados, deputado Weverton Rocha (MA), solicitou a palavra para apresentar uma questão de ordem no momento da votação. Antes mesmo de ouvir o pedido o senador João Alberto Souza (PMDB-MA), 2º vice-presidente do Senado, que conduzia os trabalhos na ocasião, negou a solicitação. “Eu nem li a questão de ordem e o senhor indeferiu?”, questionou o líder do PDT.
Não demorou muito para que a gritaria começasse no plenário, e enquanto Rocha dizia que o senador não poderia fazer aquilo, o microfone foi cortado pela Mesa Diretora. Em seguida, o deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA) protestou “contra a ditadura da Mesa contra o regimento”, como ele mesmo chamou. “Que presepada, que violência é essa de querer calar deputado aqui?”, contestou ele aos berros.
Exaltado, o deputado do PDT então jogou os papéis do regimento em direção à Mesa Diretora, o que fez com que outros parlamentares da oposição subissem à Mesa Diretora e começassem a se agitar atrás da cadeira do presidente do Senado e do Congresso, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que havia retomado o comando da sessão.
Foi preciso que policiais legislativos cercassem a cadeira de Eunício, que continuou sentado. A atuação dos seguranças foi criticada pelos parlamentares, que trocaram empurrões com os policiais. Além disso houve bate-boca entre alguns deputados.
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Suspensão
Enquanto a situação não se resolvia, o que durou mais de 15 minutos, a sessão ficou suspensa. Só então, quando os congressistas desceram da Mesa, o presidente do Senado retomou a palavra e afirmou que daria espaço para os líderes encaminharem seus votos, mas criticou a confusão e o comportamento da oposição. “Esse presidente não tem medo de cara feia, nem de gritos, nem de agressões”, declarou.
A sessão estava tensa desde cedo. Segundo alguns parlamentares, a condução de Eunício não era bem vista, pois ele estaria cassando a palavra de alguns para prosseguir à votação dos vetos do presidente Michel Temer.
No instante da briga, estava em voga no Congresso a análise do veto que suprimia a reserva de 20% dos recursos a famílias da zona rural e a atribuição ao governo de limitar os recursos à assistência técnica da lei que criou o Cartão Reforma.
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