O ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello vira réu na Operação Lava Jato
Moreira Mariz/Agência Senado - 30.08.16
O ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello vira réu na Operação Lava Jato

Após se tornar réu, pela primeira vez, na Operação Lava Jato, o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL) declarou nesta terça-feira (22) que terá oportunidade de provar sua inocência no processo que terá início a partir de agora no Supremo Tribunal Federal (STF) .

Segundo a nota divulgada pela assessoria de imprensa, Collor afirma que “como no passado, terá oportunidade de comprovar sua inocência na fase seguinte do processo”. O texto ainda afirma que a decisão do STF representou uma derrota para a Procuradoria-Geral da República (PGR).

“O Supremo Tribunal Federal impôs, no julgamento de hoje, uma primeira derrota à Procuradoria-Geral da República, pois, dos nove denunciados, a recebeu em relação a três deles, ainda assim em parte, afastando cinco de oito crimes imputados”, diz o documento, referindo-se a acusação feita pela PGR contra o senador por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O ex-presidente ainda afirmou que os ministros da Corte repudiaram os “excessos da acusação”. “Mesmo em relação ao remanescente da denúncia, a Corte apontou o absurdo da multiplicidade de acusações em relação a um mesmo fato, ressaltando que nessa etapa não fazia qualquer juízo quanto à existência ou não de crime”, informa a nota.

Leia também: STF adia julgamento da denúncia da PGR contra Fernando Collor

Quando apresentada a denúncia, apesar de ter sido votada favoravelmente por unanimidade pelos cinco ministros da 2º Turma do STF, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Dias Toffoli e o relator da Lava Jato, Edson Fachin, Mendes e Toffoli apontaram que havia “excessos” na acusação da PGR.

Na semana passada, durante a primeira parte do julgamento, os advogados do político defenderam a rejeição da denúncia. A defesa sustentou, durante o julgamento, que não há provas de que o parlamentar teria recebido dinheiro desviado. Para o advogado Juarez Tavares, não há ato de ofício que possa comprovar contrapartida por parte do senador para receber a suposta propina.

Denúncia

Com a decisão do STF de acatar o pedido da PGR, o senador se torna réu nas investigações da Operação Lava Jato. A Procuradoria-Geral da República acusa o parlamentar de receber R$ 29 milhões em propina  pela suposta influência política na BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.

Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, além de Collor, estão envolvidos no suposto esquema a mulher do senador, Caroline Collor, e mais seis acusados que atuavam como “operadores particulares” e “testas de ferro” no recebimento dos valores.

*Com informações da Agência Brasil

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