Ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine foi tratado como homem de confiança no governo Dilma
Alex Ferreira/ Câmara dos Deputados - 14.10.15
Ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine foi tratado como homem de confiança no governo Dilma

O ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, foi denunciado nesta terça-feira (22) pela força-tarefa de procuradores que atuam na Operação Lava Jato. Outrora homem de confiança da ex-presidente Dilma Rousseff, Bendine está preso preventivamente desde o fim do mês passado .

O Ministério Público Federal (MPF) imputou a Aldemir Bendine a prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em episódios relacionados a contratos da Petrobras com a construtora Odebrecht. Bendine também é acusado de tentar embaraçar as investigações da Lava Jato.

Além dos depoimentos prestados nos acordos de delação premiada de ex-executivos da construtora, também endossou a denúncia a identificação de e-mails enviados por Bendine a dirigentes da Odebrecht. As mensagens indicam movimentações do então presidente da Petrobras em favor da empreiteira.

"Bendine recebeu propina para favorecer a vida da Odebrecht na Petrobras", destacou em entrevista coletiva o procurador da República Atahayde Ribeiro Costa, da força-tarefa da Lava Jato.

Caso o juiz federal Sérgio Moro aceite a denúncia e condene Bendine pelos crimes listados, sua pena poderá chegar a 25 anos de prisão. O publicitário André Gustavo Vieira da Silva, apontado como 'emissário' de Bendine na cobrança de propina da Odebrecht e que foi preso na mesma fase que o ex-presidente da Petrobras, também foi denunciado pelos mesmos crimes.

A denúncia

Na ocasião em que o MPF pediu a prisão temporária de Bendine – posteriormente convertida em preventiva  –, os procuradores narraram ao juiz Moro que, enquanto presidente da Petrobras, Bendine teria recebido R$ 3 milhões em propina da Odebrecht.

A denúncia apresentada hoje à 13ª Vara Criminal da Justiça Federal em Curitiba detalha que o pagamento desse valor foi realizado pela construtora em três parcelas, entre junho e julho de 2015, e visava garantir que o presidente da Petrobras "praticasse atos de ofício, comissivos e omissivos, que favorecessem a Odebrecht na estatal, inclusive relacionados aos efeitos da Lava Jato para o grupo empresarial".

Para dissimular a origem dos valores ilícitos, segundo o MPF, Bendine adotou uma série de expedientes que incluíram tentativa de declarar parte dos valores em sua retificação do imposto de renda e a realização de reservas para sua família num hotel em Nova York, serviço pago por meio de seu operador, André Gustavo.

Além de Aldemir Bendine e do publicitário André Gustavo, também foram denunciados nesta terça-feira outras quatro pessoas, entre elas o empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht.

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