O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou nesta segunda-feira (21) que denúncia contra ele apresentada hoje pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é um “ato de despedida”. O processo está em segredo de Justiça e a PGR (Procuradoria-Geral da República) não confirma o teor da denúncia, mas a informação foi publicada pela imprensa.
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“Não vou comentar denúncia. É a despedida do Janot. Não vou comentar a despedida do cara. Quem fala é o Kakay [o advogado Antonio Castro de Almeida Castro]. Será judicial na hora que a gente souber”, disse Romero Jucá ao chegar ao Palácio do Planalto.
O senador disse ainda “estar muito tranquilo” e sem “nenhum temor”. “Tenho toda a tranquilidade do mundo e espero que o Supremo analise todas as questões e vai ver que não há nenhum motivo para isso.”
A denúncia apresentada contra o peemedebista – que foi ministro do Planejamento no início do governo Temer – se dá no âmbito da Operação Zelotes. O relator dos processos decorrentes desta operação no STF (Supremo Tribunal Federal) é o ministro Ricardo Lewandowski. A Zelotes apura pagamentos de propina a agentes públicos em troca da manipulação de julgamentos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).
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Em julho, a Polícia Federal enviou ao STF um relatório no qual descartou a suposta tentativa de Jucá de atrapalhar as investigações da Lava Jato . Também foi investigado o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP).
Operação Zelotes
As investigações acerca da manipulação de julgamentos para favorecer empresas que recorriam ao Carf tiveram início em março de 2015. Os trabalhos da força-tarefa da Zelotes já renderam 16 ações penais, além de quatro processos por improbidade.
Segundo o MPF, a operação inclui ainda outros quatro inquéritos em andamento, o que poderá gerar novas ações judiciais. Ao todo, 92 pessoas já foram denunciadas, desde novembro de 2015.
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Romero Jucá se tornou alvo de um inquérito da Operação Zelotes no Supremo em novembro do ano passado. As suspeitas divulgadas à época davam conta de que o senador teria atuado para alterar medidas provisórias que beneficiariam empresas com multas a serem julgadas pelo Carf.
* Com informações da Agência Brasil