Com cabelo raspado, ex-ministro Geddel Vieira Lima se emocionou durante audiência de custódia
Reprodução/Justiça Federal do DF
Com cabelo raspado, ex-ministro Geddel Vieira Lima se emocionou durante audiência de custódia

O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) foi denunciado pelo Ministério Público Federal por tentativa de obstrução à Justiça. A denúncia, apresentada nesta quarta-feira (16) pela força-tarefa de procuradores das operações Sépsis e Cui Buono, tem como base suposta pressão exercida pelo ex-articulador político do governo Temer para evitar a assinatura de acordo de delação premiada do lobista Lúcio Funaro .

A denúncia será analisada pela Justiça Federal em Brasília, responsável pelos processos que apuram repasses irregulares feitos pela Caixa Econômica Federal a diversas empresas que pagavam propina a agentes públicos. Já são réus em ações penais advindas dessas investigações o operador Lúcio Funaro, os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves e mais dois ex-funcionários da Caixa. Ex-vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco público, Geddel Vieira Lima também já era indicado por suposto envolvimento no esquema, mas até o momento não é réu em nenhum processo.

Os procuradores da República acusam o ex-ministro de tentar embaraçar investigações por meio da "intimidação indireta" a Funaro, praticada por meio de ligações telefônicas de Geddel para a mulher do lobista, Raquel Pitta. Perícia realizada pela Polícia Federal no aparelho celular de Raquel identificou 17 contatos telefônicos com Geddel num período de apenas 19 dias. Destas ligações, 16 foram realizadas pelo ex-ministro.

"Tais comunicações se mostraram como investidas criminosas que foram empreendidas com a finalidade de captar o estado de ânimo de Lúcio Funaro em colaborar com a Justiça e também de constranger e/ou persuadir este investigado e sua família", alega o MPF na denúncia.

Em audiência de custódia realizada em julho, quando Geddel ainda estava preso, o peemedebista confirmou ter telefonado para Raquel Pitta , mas negou que estivesse interessado numa eventual delação de Funaro e chegou a dizer que ligou para Raquel por engano em algumas ocasiões.

Improbidade administrativa

Em outra frente, o MPF também ofereceu ao juízo da 5ª Vara Federal Civil do DF ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra Geddel. O processo diz respeito a episódio ocorrido quando Geddel ainda era ministro da Secretaria de Governo. Na ocasião, no ano passado, o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, acusou o peemedebista  de tê-lo pressionado para que o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desse sinal verde para a construção de um empreendimento imobiliário em Salvador no qual Geddel tinha comprado um apartamento.

Geddel Vieira Lima cumpre prisão domiciliar em sua casa, em Salvador (BA). Ele conseguiu o direito de deixar a prisão no mês passado, após passar 11 dias encarcerado no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Confira a íntegra da denúncia contra Geddel Vieira Lima:


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