A futura titular da PGR (Procuradoria-Geral da República), Raquel Dodge, reforçou nesta segunda-feira (14) o convite para que todos os membros do Grupo de Trabalho da Lava Jato em Brasília permaneçam em seus cargos após sua posse, marcada para o dia 18 de setembro.
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A informação foi oficializada por Raquel Dodge ao atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em reunião que contou com a participação do vice- procurador-geral da República, do vice-procurador-geral eleitoral, de toda a assessoria de Rodrigo Janot, além dos integrantes da Comissão de Transição indicados pela futura chefe da PGR.
O grupo de trabalho é formado por nove procuradores que auxiliam o PGR nas investigações decorrentes da Operação Lava Jato que envolvem pessoas com prerrogativa de foro. O convite para a permanência dos membros do GT já havia sido feito pela futura procuradora-geral durante a campanha à sucessão de Rodrigo Janot.
A reunião desta segunda-feira foi a primeira do Grupo de Transição para tratar de assuntos institucionais e foi agendada por Rodrigo Janot. As equipes dos juristas discutiram a dinâmica dos trabalhos e estabeleceram o cronograma dos próximos encontros.
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Para Janot, essas reuniões são de suma importância para evitar descontinuidade das investigações em curso no Gabinete do Procurador-Geral da República, bem como de outros processos judiciais e extrajudiciais de áreas como constitucional, cível, tutela coletiva e cooperação internacional. "As equipes trabalham de forma profissional e visando o interesse público. O Ministério Público sai fortalecido com isso", disse.
Reunião fora da agenda
No início deste mês, uma reunião entre Dodge e o presidente Michel Temer (PMDB) gerou polêmica. Isso porque a reunião, ocorrida no Palácio do Jaburu, em Brasília, não constava na agenda oficial da Presidência da República.
O encontro ocorreu horas após a defesa do presidente levar ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin um pedido de suspeição de Rodrigo Janot. O advogado de Temer sugeriu no pedido que o atual procurador-geral tem "motivação pessoal" e "incontido desejo de imputar crimes" contra o presidente.
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A assessoria de imprensa da Presidência da República negou que a reunião com Raquel Dodge tivesse qualquer relação com as críticas de Temer à atuação de Janot. Segundo o Planalto, o encontro ocorreu a pedido da própria procuradora e teve como objetivo discutir detalhes sobre a posse da jurista na PGR.