Senador Renan Calheiros (PMDB-AL) nega propina e diz não encontrar operador Jorge Luz há 25 anos
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 17.11.2016
Senador Renan Calheiros (PMDB-AL) nega propina e diz não encontrar operador Jorge Luz há 25 anos

A defesa do lobista Jorge Luz e seu filho, Bruno Luz, entregou nesta terça-feira (1º) ao juiz Sérgio Moro planilhas e recibos que comprovam o pagamento de propina a políticos do PMDB. As informações foram anexadas à ação penal da Lava Jato na qual a dupla e mais sete pessoas são réus por esquema envolvendo contratos para compra e operação dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000.

Preso desde fevereiro deste ano, Jorge Luz já havia confirmado em depoimento prestado no fim do mês passado  que atuou no repasse de R$ 11,5 milhões a quatro políticos do PMDB : os senadores Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA), o deputado Aníbal Gomes (CE) e o ex-ministro Silas Rondeau.

Os pagamentos, segundo o operador, referem-se a comissões decorrentes da atuação do grupo político para manter os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa em seus cargos.

A planilha apresentada pelos lobistas nesta terça-feira indicam uma série de transferências entre contas do próprio Jorge Luz , do lobista Fernando Baiano, do grupo Schahin, do empresário Júlio Camargo (que atuou em favor da Samsung Heavy Industries em negócios com a Petrobras).

Em ao menos seis ocasiões, entre junho de 2007 e novembro de 2008, foram feitos aportes na conta Headliner Limited (Suíça), que teria sido indicada pelo deputado Aníbal Gomes . Segundo Jorge Luz, o parlamentar era o responsável por distribuir os valores aos seus correligionários.

Os repasses feitos sempre a partir da conta Pentagram Energy, controlada por Jorge Luz, aos peemedebistas totalizaram cerca de US$ 417 mil.

A defesa dos lobistas disse ainda ao juiz Moro que "existem pelo menos mais cinco contas indicadas por Aníbal que se destinavam à JADER/RENAN/SILLAS/ANÍBAL".

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Defesa 

À época da deflagração da 38ª fase da Lava Jato , que culminou na prisão de Jorge e Bruno Luz, o senador Renan Calheiros divulgou nota negando as acusações, apesar de confirmar que conhece o operador, mas que não o vê há 25 anos. 

"O senador Renan Calheiros reafirma que a chance de se encontrar qualquer irregularidade em suas contas pessoais ou eleitorais é zero. O senador reitera ainda que todas as suas relações com empresas, diretores ou outros investigados não ultrapassaram os limites institucionais", diz o comunicado distribuído pelo peemedebista.

O senador Jader Barbalho também rechaçou a informação de que participou de um jantar com Nestor Cerveró e Jorge Luz para tratar do pagamento de propina.

O deputado Aníbal Gomes e o ex-ministro Silas Rondeau não se manifestaram a respeito das acusações.

De acordo com a denúncia oferecida pela força-tarefa de procuradores da Lava Jato, Jorge Luz e Bruno Luz movimentaram cerca de US$ 40 milhões em propina, incluindo nesse montante o valor repassado aos políticos do PMDB.

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