Após ser questionado pela futura procuradora-geral da República, Raquel Dodge, sobre uma eventual redução no orçamento da Lava Jato para o ano que vem, o atual titular da PGR, Rodrigo Janot , negou que as verbas destinadas para a operação em 2018 tenham previsão de queda.
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Durante evento em Washington, capital dos Estados Unidos, Rodrigo Janot falou com jornalistas brasileiros e comentou a respeito das declarações dadas por sua sucessora. “Está garantidíssimo”, disse o atual procurador-geral sobre o orçamento destinado à Lava Jato no ano que vem.
De acordo com Janot, as verbas para a Lava Jato não apenas estão mantidas, como serão elevadas. O procurador-geral afirmou que a proposta orçamentária será votada na semana que vem. “O que eu posso dizer é que o que foi destinado para a Lava Jato para 2018 é mais que 2017", assegurou.
No ofício enviado à PGR, Raquel Dodge afirmou que a força-tarefa da Operação Lava Jato, sediada em Curitiba (PR), havia solicitado R$ 1,65 milhão , mas a proposta feita pela Procuradoria seria de apenas R$ 522,6 mil.
Palestra
Durante palestra no Atlantic Council, o procurador-geral da República falou sobre as lições aprendidas com a Lava Jato e comentou sobre a importância das parcerias com outros órgãos de persecução penal, do uso da tecnologia da informação e da especialização em determinados crimes.
"Quando você está investigando políticos de alto nível hierárquico, os critérios devem ser públicos porque a sociedade precisa entender o que está acontecendo. Nós investigamos fatos e, com base nisso, chegamos às pessoas. Transparência é uma maneira de garantir que as investigações serão concluídas", disse.
O procurador-geral negou que as ações da Lava Jato tenham motivações políticas. "A lei existe para ser aplicada a todos, independentemente de sua religião, raça ou status. Isso é o que o sistema de justiça criminal no Brasil está fazendo", alertou.
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Rodrigo Janot rebateu críticas de que a crise econômica no Brasil é resultado das investigações da Lava Jato. "O que nós descobrimos é que alguns setores da economia trabalharam de forma específica para capturar um nicho do mercado e se manter nessa posição por meio de propina, sem deixar espaço para competição. Grandes lucros geravam mais fatias de mercado. Isso que afetou a economia. Nós queremos que a economia se desenvolva de uma maneira livre, em concorrência saudável, para termos eficiência econômica e tecnológica e resultados positivos", finalizou.