Após transferência, Marcos Valério cumpre pena de mais de 37 anos por acusações no mensalão do PT em Sete Lagoas
Arquivo/Samuel Costa/Estadão Conteúdo - 28.5.14
Após transferência, Marcos Valério cumpre pena de mais de 37 anos por acusações no mensalão do PT em Sete Lagoas

Mesmo com a negativa do Ministério Público Federal, o publicitário Marcos Valério conseguiu acordar com a Polícia Federal de Minas Gerais um acordo de delação premiada. O acerto agora aguarda homologação por parte do STF (Supremo Tribunal Federal), que precisa aprovar a colaboração já que envolve políticos de foro privilegiado.

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Marcos Valério deverá falar sobre os detalhes do mensalão tucano, que envolve esquema de desvios de dinheiro público de estatais mineiras em 1998, quando o partido financiou a campanha do então governador Eduardo Azevedo (PSDB).

Apesar de só ter confirmado a informação nesta quarta-feira (19), a PF informou que o acordo foi assinado no último dia 6 de julho deste ano, com a apresentação da “vasta documentação” e prestação de depoimento.

Valério cumpre pena de 37 anos e 5 meses de prisão, após o mensalão do PT, sendo o único acusado que ainda continua cumprindo pena em regime fechado. Ele também é réu em ação penal do mensalão tucano .

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Como parte da conclusão da colaboração, o juiz da Vara de Execuções Penais de Contagem, Wagner de Oliveira Cavalieri, permitiu, na última segunda-feira (17) que o publicitário fosse transferido da Penitenciária Nelson Hungria para a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), onde os presos fazem a própria segurança, em Sete Lagoas, localizado na Região Central de Minas Gerais.

"Tal sentenciado é presumidamente possuidor de inúmeras informações de interessa da Justiça e da sociedade brasileira, motivo pelo qual inegável o interesse público em suas declarações sobre fatos ilícitos diversos que envolvem a república", diz o despacho do juiz.

Para ser usada nas ações penais, o Supremo precisa fazer a homologação. Enquanto o STF estiver em recesso, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, terá que validar o conteúdo do acordo, ou então distribuir para outro ministro quando as atividades voltarem ao normal.

Mensalão tucano

O Ministério Público estadual acusa Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Holerbach de improbidade administrativa por terem recebido por meio da agência de publicidade SMP&B, a quantia de R$ 3 milhões da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig).

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