O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado nesta semana em ação penal da Operação Lava Jato , voltou neste sábado (15) a alegar inocência e a se apresentar como candidato à Presidência da República para a eleição do ano que vem.
Em tom de comício, Lula dedicou a maior parte de seu discurso em evento realizado na sede do diretório do PT em Diadema, no ABC Paulista, para exaltar frutos de suas passagens pelo Palácio no Planato. Mas o ex-presidente também encontrou espaço para criticar novamente a atuação do juiz Sérgio Moro e dos procuradores que integram a força-tarefa da Lava Jato.
"A única prova que existe naquele processo é a prova da minha inocência. A sentença não disse em nenhum momento qual foi o benefício que eu recebi" disse Lula.
"Ele [Moro] não fez a sentença só para me prejudicar. Ele estava prestando contas a quem os criou, que foi a imprensa brasileira. Eles odeiam o PT. Alguns setores da imprensa fazem o papel de tornar verdade a mentira da Polícia Federal. Depois, ela torna verdade a mentira que o Ministério Público. O Moro aceita a mentira", esbravejou o petista.
"Se o Moro ou o MP provarem um pedaço de papel, um contrato, uma assinatura, eu peço desculpa pra vocês e fico quieto", continuou.
Lula sugeriu ainda que sua condenação se fez necessária apó a conclusão do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. "Se não me condenassem, o golpe não teria sentido. O golpe não fecha se eu não fosse condenado. Os caras tiveram a coragem de criar uma mentira para tirar a Dilma. Passado um ano eles percebem que, se nós éramos uma desgraça, o Temer é duas desgraças".
Esta foi a segunda vez que o ex-presidente se pronuncia a respeito da sentença proferida pelo juiz Moro. Na quinta-feira (13), Lula disse que "está no jogo" e se colocou como pré-candidato à Presidência da República
na eleição do ano que vem. "Quem acha que é o fim do Lula vai quebrar a cara porque quem tem direito de decretar meu fim é a população brasileira", afirmou em entrevista coletiva.
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Ato pró-Lula
Movimentos sociais liderados pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo sem Medo (que congregam organizações como a CUT, o MTST e a UNE) convocaram um ato em defesa do ex-presidente Lula. A manifestação, marcada para ocorrer às 17h da próxima quinta-feira (20) na Avenida Paulista, em São Paulo, também terá como mote o 'fora, Temer' e críticas à reforma trabalhista sancionada nessa semana.
O ex-presidente foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro no episódio que envolveu a compra de um tríplex no condomínio Solaris, no Guarujá (SP). Lula já anunciou que irá recorrer a Cortes internacionais contra a decisão do juiz Moro.
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