'O que aconteceu ontem eu já previa no dia 16 de outubro do ano passado', disse o ex-presidente Lula
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'O que aconteceu ontem eu já previa no dia 16 de outubro do ano passado', disse o ex-presidente Lula

Um dia depois de ter sido condenado a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo juiz federal Sérgio Moro , o ex-presidente Lula (PT) anunciou, nesta quinta-feira (13), que oficialmente está postulando candidatura à Presidência da República em 2018. 

"Se alguém pensa que, com essa sentença, me tiraram do jogo, pode saber que eu tô no jogo", afirmou. "E, agora quero dizer ao meu partido: a partir de agora, eu vou reinvidicar ao PT para me colocar como postulando a candidatura", continuou o ex-presidente Lula , arrancando gritos e aplausos dos seus apoiadores.

Essa foi a primeira vez que o petista falou ao público depois da divulgação da condenação assinada por Moro. Em uma coletiva de imprensa organizada pelo seu partido em São Paulo, Lula disse ainda que apenas o povo brasileiro tem o direito de decretar o seu fim na política.

"Quem acha que é o fim do Lula vai quebrar a cara. Porque somente, na política, quem tem o direito de decretar o meu fim é o povo brasileiro", disse o ex-presidente.

Quem acha que é o fim do Lula vai quebrar a cara"

Para a nova presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, que estava sentada ao seu lado durante o pronunciamento, Lula avisou "você vai ter um pré-candidato com problema jurídico nas costas".

Nas últimas pesquisas eleitorais divulgadas pelo Instituto Datafolha, o petista aparecia liderando as intenções de voto para as eleições presidenciais de 2018.

Tranquilo e 'já sabia'

Nesta quinta-feira, o ex-presidente demonstrou tranquilidade, quando assumiu a fala em meio a uma multidão de apoiadores, em São Paulo. No início do seu pronunciamento, Lula chegou a brincar que não havia falado com a imprensa nesta quarta, dia em que foi condenado, porque estava se preocupando com a partida entre o Corinthians e o Palmeiras, que também aconteceu nesta quarta.

Depois disso, agradeceu todos os apoiadores e afirmou que a sua condenação não representou uma surpresa para ele: "O que aconteceu ontem eu já previa no dia 16 de outubro do ano passado".

Na data citada, Lula escreveu um artigo para o jornal Folha de S.Paulo, em que 'explicava', segundo o seu ponto de vista, 'porque querem condená-lo'. Na época, ele já falava que ninguém tinha provas contra ele, mas que o caso havia passado dos tribunais para a opinião pública, alimentada pela imprensa .

Nesta quinta, ele reafirmou sua opinião, ressaltando a importância do Jornal Nacional , da Rede Globo , na condenação. Segundo ele, o jornal e outros veículos da imprensa ajudaram a 'disseminar o ódio' contra o petista. 

"O que a imprensa me condenou até agora... só de Jornal Nacional , já foram 20 horas", afirmou o petista. "Eu tenho não sei quantas capas de revista", acrescentou.

Para Lula, a partir desse movimento da imprensa, Moro ficou sem alternativas e teria que condená-lo de qualquer maneira. Porém, reforçou que acredita na forças das instituições.

"A justiça não pode mentir. Ela não pode tomar decisões políticas, ela tem que tomar decisões baseadas nos atos", afirmou. "O que me deixa indignado, mas sem perder a ternura, é você perceber que está sendo vítima de pessoas que contaram a primeira mentira e vão continuar mentindo".

Por fim, o ex-presidente Lula disse que, a partir de tal 'afronta' de Sérgio Moro, em tentar tirá-lo da corrida eleitoral, ele agora confirma suas intenções em ser candidato presidencial em 2018, para fazer o povo "voltar a crescer" e a ter "otimismo". "Próximo de fazer 72 anos, estou disposto a brigar do mesmo jeito de quando tinha 30 anos", declarou.

Leia também: Decisão de Sérgio Moro não tira Lula da corrida presidencial de 2018

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