O ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso desde o início da semana passada, ganhou o direito de cumprir a prisão preventiva em casa. O ex-chefe da Secretaria de Governo passou os últimos oito dias detido no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, por suspeita de tentar obstruir as investigações das operações Sépsis e Cui Buono.
A decisão que concedeu a Geddel Vieira Lima o benefício da prisão domiciliar foi proferida nesta quarta-feira (12) pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). O ex-ministro teve pedido de liberdade negado na última quinta-feira (6) durante audiência de custódia com o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 13ª Vara Federal de Brasília. Na ocasião, Geddel chegou a chorar .
Outrora articulador político e homem de confiança do governo Michel Temer, Geddel foi detido na segunda-feira passada (3) em Salvador, após decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 13ª Vara Federal de Brasília. Ele foi transferido horas mais tarde para a Papuda, onde está preso o lobista Lúcio Funaro.
De acordo com o pedido de prisão preventiva apresentado pelo Ministério Público Federal, o ex-ministro fez diversas ligações para a esposa de Funaro, Raquel Pitta, para tentar evitar um eventual acordo de delação premiada do lobista. Raquel confirmou a informação em depoimento prestado na última sexta-feira (7) à Polícia Federal.
As investigações das operações Sépsis e Cui Buono apuram repasses irregulares feitos pela Caixa Econômica Federal a diversas empresas, que pagavam propina a agentes públicos. Já são réus na ação penal advinda dessas investigações o operador Lúcio Funaro, os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves e mais dois ex-funcionários da Caixa.
Ex-vice-presidente do banco público, Geddel também é investigado por suposto envolvimento no esquema, mas ele não é réu. O ex-ministro confirma que telefonou para a esposa de Funaro, mas nega que a conversa tenha abordado negociações do lobista com a Justiça.
Geddel Vieira Lima também disse que não conversou sobre as investigações com executivos do grupo J&F, também envolvidos no caso, e que não tem nenhum contato com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
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