Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está preso desde o ano passado pela Lava Jato
Agência Brasil
Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está preso desde o ano passado pela Lava Jato

O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso desde o ano passado em decorrência das investigações da Operação Lava Jato, citará o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em sua proposta de delação premiada. O peemedebista está negociando os termos do acordo com o MPF (Ministério Público Federal).

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De acordo com informações publicadas nesta sexta-feira (7) pelo jornal “Folha de S.Paulo”, há a expectativa de que Eduardo Cunha descreva a atuação de Rodrigo Maia para beneficiar setores empresariais. O ex-deputado também poderá comentar sobre a utilização de recursos não declarados em campanhas eleitorais do atual presidente da Câmara.

Ainda segundo o jornal, Maia teria dito a colegas que esperava ser citado por Cunha. Na opinião dele, as citações seriam uma “vingança”, já que Rodrigo Maia presidiu a sessão na Câmara que cassou Cunha, em setembro do ano passado.

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Em março deste ano, Cunha foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro , da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelas ações da Lava Jato em primeira instância. O magistrado considerou o peemedebista como culpado pelos crimes de corrupção, de lavagem e de evasão fraudulenta de divisas.

Michel Temer

Na quinta-feira, a “Folha” informou que o ex-deputado está acabando de preparar os textos com as informações necessárias para fechar o acordo de delação premiada a Operação Lava Jato .

Há expectativa de que os depoimentos de delação premiada envolvam diretamente o presidente Michel Temer (PMDB), além dos ministros Moreira Franco (Secretaria Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Segundo a reportagem, a negociação com o MPF tem sido bem-sucedida e a expectativa é de que tais documentos sejam entregues para os investigadores ainda na próxima semana.

O peemedebista liderou o movimento que culminou no impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016. Por anos, ele integrou o núcleo duro do PMDB, formado por Temer, Jucá e os dois ministros.

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Além das negociações políticas, a força-tarefa da Lava Jato assume que Eduardo Cunha teria participado também de esquemas de arrecadação de recursos para campanhas eleitorais do grupo e do recebimento de propinas. Logo, seu depoimento pode ser o que falta para unir as peças do quebra-cabeças que os procuradores tentam montar.

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