Irmã de Aécio Neves foi presa no dia 18 do mês passado e passou ao regime de prisão domiciliar na semana passada
Marcos Oliveira/Agência Senado - 29.8.2016
Irmã de Aécio Neves foi presa no dia 18 do mês passado e passou ao regime de prisão domiciliar na semana passada

O senador afastado Aécio Neves (PSDB) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) permissão para manter contato com a irmã, Andrea Neves, que foi colocada em prisão domiciliar na semana passada por decisão da Primeira Turma da Corte .

Presa no dia 18 do mês passado sob acusações de ter pedido, em nome de Aécio Neves , R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, Andrea Neves passou ao regime de prisão domiciliar sob a condição de estar proibida de entrar em contato com qualquer um dos outros investigados no processo, incluindo o senador tucano.

Os advogados de Aécio alegam, em petição protocolada no Supremo na noite dessa terça-feira (27), que a proibição viola o "direito natural do contato familiar" e "ofende a dignidade da pessoa humana. 

“A proibição de irmãos se comunicarem, especialmente no atual estágio do feito — já foi oferecida denúncia, inexistindo qualquer risco às investigações —, além de não se mostrar mais necessária, termina por violar direito natural do contato familiar, implicando em ofensa à própria dignidade da pessoa humana, princípio matriz da Constituição Federal”, diz a peça.

Além de Aécio e Andrea, são investigados no mesmo processo o primo do senador, Frederico Pacheco de Medeiros (o Fred), e Mendherson Souza, ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). Todos foram denunciados por envolvimento em atos de corrupção passiva, em decorrência da delação premiada de executivos da empresa JBS.

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A investigação

Aécio, Andrea, Fred e Mendherson são alvos de investigação acerca do pagamento de R$ 2 milhões feito pelo empresário Joesley Batista em quatro parcelas de R$ 500 mil. A quantia, que inicialmente teria sido pedida por Andrea, foi solicitada a título de ajudar Aécio a pagar sua defesa em ações da Operação Lava Jato.

Posteriormente, o próprio Aécio pediu o recurso diretamente a Joesley e indicou seu primo, Fred, para receber a quantia. Na ocasião dessa indicação, o tucano chegou a dizer que precisaria ser alguém que ele e o empresário "pudessem matar antes que faça delação".

Frederico foi filmado retirando uma das parcelas do pagamento junto ao executivo da JBS Ricardo Saud em seu escritório. Mendherson Souza foi o responsável pela retirada da última parcela, segundo o MPF.

A defesa da irmã de Aécio Neves alega que a quantia solicitada por Andrea se refere à venda de um apartamento da família no Rio de Janeiro, nada tendo a ver com repasses ilícitos. O senador afastado também nega que o pedido de ajuda financeira tenha relação com qualquer prática criminosa.

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*Com informações e reportagem da Agência Brasil

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